Daily News – Brasil: Tempestade Perfeita – Parte II

Os ativos do Brasil continuam operando sob forte pressão após os ruídos envolvendo o Teto dos Gastos e o Auxílio Emergencial. No final da tarde de ontem, parte relevante da equipe econômica pediu exoneração, em mais um desenvolvimento extremamente negativo para o país.

 

O aumento de gastos, com medidas que irão alterar o Teto, abre um precedente terrível, extremamente negativo e perigoso, para as contas públicas do país. A sensação é de que a “Caixa de Pandora” foi aberta e para fechá-la novamente será muito difícil.

 

Além do Auxílio Emergencial (ou Auxílio Brasil), há pressão para aumento de gastos para financiar os caminhoneiros, além de outras classes específicas. Com a chegada de um ano eleitoral, vejo como difícil reverter essa tendência.

 

Impressiona a forte abertura de taxas dos juros curtos, que irão aturar como um enorme freio ao crescimento do país. Um pano de fundo de inflação alta, juros elevados, perspectiva de baixo crescimento, com um governo fraco e um ano eleitoral aliados a um cenário internacional de menos liquidez, mais inflação e acomodação do crescimento perfazem um coquetel explosivo para o país.

 

Algumas repercussões dos eventos de ontem: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/10/21/analise-bruno-funchal-era-o-verdadeiro-fiador-da-politica-fiscal-na-equipe-economica.ghtml.

 

No cenário internacional, as atenções estão novamente de volta a abertura das taxas de juros no mundo. Nos EUA, a Treasury segue atingindo patamares de taxas não vistas há meses, em meio a um ambiente de aumento das expectativas de inflação: https://twitter.com/DanKawa2/status/1451259788646658051?s=20:

 




Há claro movimento de abertura de taxas na Europa e Inglaterra, na mesma dinâmica que observamos nos EUA.

 

Na China, a Evergrande pagou cerca de US$80mm em coupons de sua dívida que estavam em atraso. Por outro lado, os indicadores de alta frequência mostram ainda pressões baixistas no crescimento:





 

Na Europa, o PMI apresentou mais um mês de queda, atingindo o menor patamar em 6 meses. Uma acomodação do crescimento era esperada após a recuperação em “V” do pós pandemia. Sua velocidade, magnitude e duração que serão importantes para a dinâmica futura dos mercados:




 

Após a queda de 200bps nas taxas de juros, em meio a uma inflação galopante, a moeda da Turquia segue em uma dinâmica de depreciação rápida e acentuada.



 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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