Mercados Globais (Daily News) – Rússia: Um novo risco.

Os ativos de risco, em especial as bolsas globais, estão mostrando sinais de fadiga, desde a manhã de ontem. Por ora, vejo o movimento apenas como uma consolidação após alta rápida e acentuada nas últimas semanas e deterioração do quadro técnico.

 

Na ausência de uma mudança radical de cenário, este movimento deveria ser visto até como saudável e ajudaria a “limpar” o quadro técnico e dar ímpeto a novas rodadas de apreciação.

 

O risco, contudo, reside em uma realização mais rápida e acentuada dos ativos de risco, caso o técnico comprometido seja afetado por algum novo “trigger” de curto-prazo. Veja com a complacência tomou conta do mercado nas últimas semanas:



Alguns dos riscos que tenho monitorado são: abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido; mercado de crédito privado na China; situação entre Rússia e Ucrânia.

 

Em relação a este último tema, é uma questão bastante regional, mas que vem apresentando deterioração galopante nos últimos dias. Mesmo sendo um problema regional, dado a localização de ambos os países, há o comprometimento da Europa e um esforço dos EUA de evitar um desenvolvimento mais negativo.

 

A entrada de EUA e Europa neste debate, traz um ar mais negativo a situação e merece uma atenção especial de curto-prazo.

 

Na Alemanha, os Bunds de 10 atingem o maior patamar de taxa após a pandemia:



Ao mesmo tempo em que continuo a observar dados mais elevados e acima das expectativas nos indicadores de inflação:



Vejo a inflação e uma retirada prematura de liquidez como um dos (senão o maior) risco aos mercados este ano.

 

No Brasil, o debate do Orçamento caminho para um desfecho. Se o resultado não será o “pior dos mundos” imaginado anteriormente, tampouco traz uma confiança grande no comprometimento com o ajuste fiscal do país.

 

Os ativos locais reduziram algum prêmio de risco nos últimos dias com: Encaminhamento do Orçamento, discurso menos negativo da Petro, sinais de melhora na situação sanitária. Ontem, em especial, nossos ativos performam bem contra o resto do mundo.


Ainda vejo espaço para mais desempenho positivo de curto-prazo, contanto que o cenário externo não volte para um ambiente de abertura rápida e acentuada de taxa de juros. Contudo, para aqueles que aumentaram posição no pior momento das últimas semanas, vale realizar algum lucro.

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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