Daily News – Brasil: Entre a Cruz e a Espada
O dia foi de poucas novidades relevantes no cenário internacional, onde as bolsas globais continuam sua trajetória ascendente.
Interessante observar a queda no
volume diário de operações na bolsa dos EUA, com a aproximação da temporada de
resultados e reabertura econômica do país:
Na Alemanha, o Factory Orders de
fevereiro apresentou alta robusta, dentro das expectativas do mercado,
mostrando continuidade da recuperação do crescimento do país, mesmo diante de
um cenário ainda de fragilidade a pandemia:
No Brasil, os leilões de 22
aeroportos em 3 blocos, realizado ontem, foi muito bem-sucedido, com os blocos
saindo com ágios relevantes em relação aos preços iniciais.
A situação da pandemia voltou a
mostrar deterioração, após alguns dias de respiro. Ainda podemos estar diante
de ruídos nos dados devido ao feriado e precisaremos de alguns dias adicionais
para termos uma melhor noção da situação:
Vale a pena reforçar que devido ao
ciclo do vírus e a dimensão continental do país, há divergências relevantes de
número de casos e óbitos quando olhamos regiões distintas do país. O cenário
base ainda é de arrefecimento da pandemia nas próximas 6 a 8 semanas.
O país voltou a conseguir vacinar mais
de 1mm de pessoas por dia, mas a fata de insumos já afeta a produção das
vacinas e pode atrasar o processo nas próximas semanas:
Ontem, Bolsonaro jantou com
empresários, com intuito de se reaproximar da iniciativa privada. Por ora, os
sinais provenientes do jantar foram relativamente positivos, mas ainda é cedo
para afirmarmos que houve, de fato, uma mudança estrutural de postura do
Executivo: https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/como-foi-o-jantar-de-bolsonaro-com-os-empresarios.html.
Ainda não há soluções concretas para
o Orçamento, mas as negociações continuam.
Na minha visão, a situação do país
ainda é extremamente frágil e delicada. Contudo, vejo prêmios atrativos na
Bolsa e no Mercado de Juros. No câmbio, prefiro utilizar a moeda como
hedge/proteção via o mercado derivativo de opções.
Não tenho uma visão baixista para o Dólar
no mundo, o que me faz manter postura mais neutro para levemente negativa na
nossa moeda.
No mercado de juros, prefiro a parte curta e intermediária da curva, onde uma precificação de Selic acima de 9,5% no horizonte de menos de 2 anos me parece excessiva. Na bolsa, há diversas oportunidades com valuations atrativos, mesmo diante dos desafios do país.
*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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