Daily News – Brasil x Mundo
As bolsas norte americanas passaram ontem por um momento de acomodação/realização de lucros, com notícias micro (Apple) e macro (pandemia, fiscal EUA) afetando a dinâmica de curto-prazo.
Não vejo mudanças relevantes de cenário, mas nos atuais níveis de preço
dos índices de bolsa americanos, já vejo o risco x retorno como menos atrativo
e menos trivial. Além disso, a posição técnica, no geral, se mostra menos
saudável:
Nas próximas semanas, teremos eventos decisivos do ponto de vista de cenário econômico, com as eleições para presidente dos EUA, uma decisão sobre que caminho irá tomar o fiscal no país e como irá se desenvolver a pandemia e uma potencial vacina.
Sou construtivo para o ano de 2021, porém cauteloso em termos de
preços, posição técnica, volatilidade no curto-prazo (1 a 3 meses).
No Brasil, por outro lado, o pano de fundo de curto-prazo parece menos
negativo, com sinais mais austeros em termos fiscais e uma aproximação do
executivo e do legislativo. Nada deve acontecer antes das eleições municipais.
Contudo, pelo menos, a direção do debate, por ora, parece ter mudado (para um
debate “menos pior” do que o anterior).
Somado a isso, no cenário local, os preços aparentam nos mostrar um
risco x retorno mais atrativo, assim como a posição técnica, do que alguns
ativos internacionais:
Neste ambiente, gosto de manter posições estruturais, com grandes teses de longo-prazo, ajustar o tamanho de algumas posições para o risco x retorno e a posição técnica de curto-prazo, além de buscar proteções para eventuais períodos de volatilidade.
Neste momento, acredito que a eleição dos EUA possa marcar um ponto de
inflexão para algumas teses de longo-prazo. Para isso, é importante monitorar
algumas classes de ativos para se posicionar quando ficar mais claro ou confirmada
qual será a composição do Executivo e do Legislativo no país.
No que tange a política monetária local o BCB parece ter alterado um
pouco sua mensagem, dando maior peso a possível deterioração fiscal e
sinalizando para uma possível retirada do “forward guidance” (e o que isso
significa).
Há sinais claros de pressões inflacionárias na economia, mas ainda não
a ponto de afetar o IPCA de maneira mais profunda e estrutural. De qualquer
forma, este é um tema que deve seguir nos holofotes.
Gosto da curva um pouco mais longa de juros reais neste ambiente. Acredito
que o BCB não deixará a inflação “galopar” e pode vir a adotar um processo de
alta da Taxa Selic quando necessário. Assim, vejo algum risco nas taxas mais curtas.
Para o horizonte de investimentos que adotamos, as NTN-Bs longas, nos
atuais níveis, justificam alguma alocação, mas ainda em tamanho pequeno/médio,
em torno da meta de sua alocação de longo-prazo, mas não acima dela.
Dan H. Kawa
CIO TAG Investimentos
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