Daily News – Brasil: Fiscal segue dando a tônica (negativamente).

Os ativos de risco estão abrindo a manhã em tom negativo, dando sequência ao movimento iniciado na tarde de ontem. Ao que parece, o mercado ficou decepcionado com as Minutas do FOMC, em que não houve sinalização de medidas adicionais de suporte à economia no curto-prazo.

 

No geral, contudo, a "novidade" do mercado nos últimos dias ficou por conta de dados de inflação mais altos ao redor do mundo; leilões de Treasury com baixa demanda nos EUA; e aumento de taxa dos juros nos EUA (com consequente queda dos metais preciosos).

 

Repito o que falei semana passada: Se isso for pontual, será apenas uma fase rápida de mercado. Se for uma nova tendência, poderá ter reverberações importantes no cenário, no preço dos ativos e nas alocações.

 

Este parece ser o tema do momento no cenário internacional.

 

Alguns riscos ainda existem, com o mercado em preços menos óbvios, o que justifica um curto-prazo de maior volatilidade, menos tendência altista e alguma realização de lucros. O tamanho e duração deste movimento ainda é incerto.

 

Entre os riscos que tenho sinalizado neste fórum, estão: Eleições nos EUA; nova onda de Convid na Europa; uma fase menos intensa da recuperação do crescimento global; piora na relação entre EUA e China; entre outros.

 

No Brasil, a noite de ontem trouxe a péssima notícia de que o Senado derrubou os vetos do Presidente para que o funcionalismo público não tenha aumentos até final de 2021. Ainda existe a chance de a Câmara voltar trás na medida, mas a derrota no Senado mostra os enormes desafios para o ajuste fiscal no Brasil.

 

Tenho debatido a exaustão este tema publicamente, neste e em outros fóruns. Inclusive, foi tema de meu texto no E-Investidor, do Estadão, ontem: https://einvestidor.estadao.com.br/coluna/dan-kawa/o-risco-fiscal-e-o-impacto-no-seu-portfolio-de-investimentos/.

 

Se caminharmos para o “abismo fiscal”, podemos vivenciar movimentos agudos de depreciação dos ativos locais, menos crescimento, mais desemprego, inflação e juros mais elevados.

 

Parte do movimento que temos visto de depreciação do dólar, alta nas taxas de juros e queda da bolsa local nas últimas semanas reflete apenas um pequeno pedaço do que pode acontecer.

 

Ainda há tempo de escolhermos um caminho de ajustes e reformas, mas a paciência do investidor parece estar se esgotando a cada novo dia.

 

Hoje separei alguns indicadores técnicos de mercado. Vejam onde as posições estão mais “crowded” segundo pesquisa da Merrill Lych:

 




Não à toa o “market cap” das FAANG´s atingiu quase $8tri nos últimos dias:

 



Mesmo com preços que parecem “esticados” o investidor parece otimista com o retorno de seus portfólios:



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