Daily News – Poucas mudanças de cenário.
Os índices de bolsa dos EUA e as bolsas da Europa
operam em alta essa manhã, após 2 dias consecutivos de queda. O mercado
permanece volátil e será extremamente difícil ficar tentando prever movimentos
de curto-prazo na ausência de mudanças significativas de cenário.
Tentarei não narrar o mercado ou prever estes movimentos.
Vou manter o foco no cenário e nos pilares que julgo serem importantes para que o
mundo saia dessa crise econômica e de preços de ativos.
Nesta linha, discorremos bastante sobre isso na carta
mensal que divulgamos ontem, aqui: https://www.taginvest.com.br/arquivos/carta-mensal-marco-2020.pdf.
Além disso, falei de maneira resumida sobre essas
temas em entrevista na manhã de ontem, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0uwXIwl9ID4&t=5s.
De forma resumida, vejo um quadro técnico mais
saudável e preços/valuations mais atrativos – especialmente nos Brasil, um
pouco menos nos EUA.
Acredito que a atuação dos Bancos Centrais esteja
sendo agressiva e positiva para estabilizar nichos importantes do mercado, mas
a política monetária é menos potente neste estágio do ciclo econômico e neste
perfil de crise.
Assim, a atuação da política fiscal é primordial. Avançamos
bastante nesta frente nos últimos dias, com pacotes entre 3% e 10% do PIB nas
principais economias do mundo.
Porém, para endereçarmos está crise de maneira
estrutural, precisamos ter visibilidade do tempo em que o vírus irá afetar o
mundo. Nesta linha, a descoberta de um protocolo de tratamento, a estruturação
de capacidade hospitalar e, eventualmente, uma vacina, serão essenciais.
Volto a afirmar que “não existe bala de prata” para
que nenhuma crise seja endereçada, mas um conjunto (uma soma) de medidas que
são estruturadas ao longo do tempo. No começo, as medidas são pouco potentes ou
são ignoradas pelo mercado, mas com o passar do tempo elas vão ganhando potência e
corpo. Acredito que estamos neste caminho.
No Brasil, uma reunião extraordinária do CMN terá
sua decisão divulgada hoje as 8h30. O Congresso avança com a PEC que permitirá
o BCB a fazer o “QE Brasileiro”. A medida será extremamente importante para
ajudar o Brasil a lidar com a crise.
Eu tenho uma opinião um pouco diferente do consenso
do mercado. Não acho que o Brasil precise de Taxa Selic mais baixa neste
momento – a despeito de acreditar que temos espaço para isso. Acredito que o
Brasil precisa de medidas regulatórias e estruturais para “desempossar” o
dinheiro do sistema financeiro e ajudar a ancorar as taxas longas de juros.
Vejo que o Ministério da Economia e o BCB começam a
atuar nesta direção.
No tocante ao crescimento global, reafirmo que
precisamos estar preparados para dados extremamente negativos e tenebroso nos
próximos dias/semanas. Isso já é esperado. O PMI Global é apenas uma prévia
disso e ainda não reflete o auge da crise:
Interessante observar sinais de esperança na Itália
de que o pior já tenha passado em relação as infecções do Coronavírus:
Na China, o país parece voltar ao normal, mas
existe um risco de que uma segunda onda de infecções possa atingir a economia
chinesa. Este é o maior risco para o cenário de médio-prazo, novas ondas de
infecção que levem a “parada brusca” do mundo a ser prolongada:
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