Daily News – Petróleo (ainda) em Foco.
A terça-feira de feriado no Brasil foi de forte
aversão a risco nos mercados internacionais, com o Petróleo dominando as manchetes
após mais uma queda de quase 40% nos contratos futuros de junho (próximo
vencimento), sendo seguido por quedas relevantes nos demais contratos e no
Brent.
Comentei sobre o Petróleo aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/04/daily-news-petroleo-em-foco-aversao.html.
Acho interessante frisar que o Petróleo deve ser
classificado como um grande proponente da “velha economia”. Na “nova economia”,
teremos, talvez, menos propensão a viagens de negócios e menos deslocamento de
casa para o trabalho. Isso pode ter um impacto estrutural no preço da commodity
(veja aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/04/um-novo-cenario.html).
Em um primeiro momento, isso deve gerar impactos
negativos nos mercados e na economia O setor é importante para várias indústrias
secundárias, assim como para vários mercados – como alguns índices de ações e
de crédito. O risco de curto-prazo é que haja algum contágio do petróleo para
outros mercados e ativos. Este risco cresce quanto menor o preço da commoditie e
quanto mais tempo ele perdurar:
No Brasil, vimos um arrefecimento da “guerra” entre
executivos e legislativo, com o presidente da Câmara recuando em algumas
medidas estruturalmente ruins para o país e o governo conseguindo acordo para
algumas medidas de contenção de gastos. Isso pode ajudar a impedir uma
performance relativa mais negativa dos ativos locais:
Interessante observar que ontem, o ZEW – um dos
principais indicadores de confiança da Alemanha – apresentou forte queda em seu
número corrente, mas uma elevada surpresa positiva nas expectativas futuras:
O número deixa em aberto a possibilidade de uma
recuperação vigorosa da economia passado o auge do Coronavírus. A Alemanha
voltou a abrir seu comercio está semana.
Devido aos desenvolvimentos com o Petróleo, estou
um pouco mais receoso com o curto-prazo. Por ora, manterei minha visão de um
curto-prazo com volatilidade, sem tendências definidas, mas onde alguns “ranges”
ainda são respeitados (em torno de 2.700-2.900 no SPX e 74.000 e 80.000 no Ibovespa).
Contudo, deixo em aberto a possibilidade de uma dinâmica mais pressionada nos
próximos dias.
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