Daily News – Medicamento, China & Ministério da Saúde.

As bolsas globais estão apresentando forte alta essa manhã, após rumores de que os testes em uma nova droga estariam trazendo resultados positivos para o tratamento do Coronavírus.

Mesmo após a empresa responsável pelo medicamento negar que haja conclusões estatisticamente satisfatórias para conclusões concretas, pelo menos neste momento, o mercado se manteve suportado.

Ao que me parece, o movimento diz mais sobre uma posição técnica saudável e um começo de FOMO (“Fear Of Missing Out”) qualquer outra coisa. Isso fica claro quando olhamos o fluxo semanal para os ativos de risco ao longo deste ano (YTD):

Além disso, a gigantesca injeção de liquidez promovida pela Fed e pelos demais bancos centrais também ajuda a explicar estes movimentos.

No Brasil, o Presidente promoveu a troca do Ministro da Saúde – como era esperado desde os últimos atritos observados entre ambos.

Sem entrar em política, o novo Ministro parece ter experiência como gestor no ramo de saúde, é um médico oncologista reconhecido e, sem seu discurso de posse, manteve grande parte das diretrizes recomendadas pelos órgãos internacionais. Por hora, não parece haver mudança brusca de posicionamento federal na saúde: https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/04/16/teich-nega-mudanca-brusca-em-isolamento-e-quer-teste-em-massa.ghtml.

O destaque da noite ficou para os dados econômicos da China. A queda de 6,8% YoY no PIB é o que chamou a atenção das manchetes essa manhã. Contudo, como tenho insistentemente falado, dados tenebrosos de crescimento global já são esperados:

O importante é tentarmos ter uma visibilidade da possível recuperação do crescimento. O que vemos são dados de março negativos, porém em trajetória de recuperação. O caso chinês começa a provar que pode haver “vida após o Corona”:

Os dados de alta frequência apontam na mesma direção:

Finalmente, os índices de bolsa dos EUA já recuperaram entre 70% e 100% da queda verificada em fevereiro e março. Parte disso é explicada pela composição de seus índices, muito concentrados em empresas e tecnologia que podem vir a sair fortalecidas do atual cenário: