Daily News – Onde estamos?

Vou tentar fazer um breve resumo do cenário e dos mercados. O grande evento do dia e da semana foi o anúncio, ontem, de um acordo comercial entre EUA e China. Como das outras vezes, não há uma assinatura concreta e nem detalhes mais específicos. De qualquer forma, existe um arrefecimento da Guerra Comercial, a redução de tarifas já implementadas e o cancelamento de tarifas futuras.

Aos olhos do mercado, isso já é suficiente para manter o cenário mais positivo e saudável. A partir de agora, devemos voltar a olhar para o cenário econômico vis-à-vis os preços, valuations e posições técnicas. Acho que existem crescentes oportunidades de alocações específicas e relativas no cenário internacional.

Contudo, deixaria está alocação mais ativa e relativa para gestores ativos e de retorno absoluto. Tendo a acreditar que a Gestão Passiva perderá algum  espaço para a Gestão Ativa na próxima fase do ciclo econômico.

No curto-prazo, o cenário é de crescimento mais baixo porém ainda satisfatório. O mundo parece estabilizar em patamar mais baixo, porém sem sinais de recessão. A inflação é baixa e controlada. Os bancos centrais estão expansionistas e injetando liquidez no mercado.

Os EUA apresentam alguma desaceleração adicional. A Europa mostra sinais de estabilização e a China ainda e uma incógnita. Seguimos vendo problemas idiossincráticos em países emergentes.

No longo-prazo, sigo preocupado com os riscos em torno deste cenário base de curto-prazo. Tenho medo da efetividade da política monetária nos países desenvolvidos; da força desta estabilização do crescimento; dos riscos no sistema financeiro no China. Por isso, recomendo alocações externas mais balanceados e gestores ativos e de retorno absoluto.

O Brasil vem se favorecendo deste pano de fundo externo mais positivo no curto-prazo, aliado ao acúmulo de sinais de que estamos nos consolidando na fase inicial do ciclo econômico.

O dólar voltou à bando de 4,0-4,2 onde vejo ele operando no horizonte relevante de tempo. As taxas de juros se estabilizaram próximas aos pisos históricos e vemos uma rápida e acentuada alta da bolsa, especialmente as ações cíclicas locais e “small caps”.

Este tem sido um tema que tenho insistido e descrito neste fórum há alguns meses: Favorecer ações cíclica locais em detrimento a ações cíclica globais. Favorecer gestores ativos e gestores de “Mid e Small Caps”. Este tema está se concretizando.

Fico um pouco incomodado quando algumas dessas ações sobem 5% todos os dias, pois torna a situação insustentável e a posição técnica ruim. Contudo, não altera o pano de fundo positivo e o cenário favorável de longo-prazo.

Como sempre digo, a bolsa do Brasil não sobe em linha reta. Costuma subir de maneira errática e não linear. Vivenciamos alguns meses de acomodação, seguidos de alguns poucos meses (ou semanas) de altas que podem ser de 10% a 20% concentradas em curto espaço de tempo. Parece que estamos nesta fase de alta, buscando um novo patamar.



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