Daily News – Consolidação – Parte II

Os ativos de risco operaram grande parte da quinta-feira em tom de consolidação, mas acabaram fechando em tom mais otimista após sinais de que as negociações para um novo pacote fiscal nos EUA seriam retomadas.

 

Nesta semana, o fluxo para ativos de renda fixa, dedicados a países emergentes, foi mais positivo e o maior fluxo semanal em muito tempo, mostrando apetite por yield e por esta classe de ativo:



Se você pensa que fundamentos não importam, pense duas vezes. Reparem no desempenho das moedas emergentes este ano. Quem tem os melhores fundamentos?



Em relação a pandemia, vemos que pendulo da “segunda onda” está se invertendo, mais uma vez, da Europa para os países emergentes, com os EUA em situação ainda delicada:




É natural, assim, que a mobilidade continue mostrando tendência de queda ao redor do mundo:



Vejo aqui duas implicações A negativa, é que teremos um crescimento mais baixo no curto-prazo e notícias mais negativas nas próximas semanas.

 

A positiva é que com medidas (relativamente simples) de prevenção e distanciamento, a Europa está provando mais uma vez a capacidade de conter o vírus.

 

Por ora, o mercado vem conseguindo passar por cima das noticiais mais negativas de curto-prazo, e favorecendo as perspectivas da vacina e da recuperação ao longo de 2021.

 

Continuo vendo um ambiente mais construtivo para os mercados este final de ano, mas com o alerta de que a posição técnica requer cautela, assim como os preços e valuations de algumas classes de ativos ou índices de bolsa.

 

Continuo favorecendo temas mais específicos e “micros” do que grandes temas mais “macros” e gerais.

 

No Brasil, os ativos locais vêm mostrando “maturidade” diante das incertezas externas. Vejo forte fluxo de entrada de investidores estrangeiros e excelente desempenho relativo e absoluto de nossos ativos no curto-prazo.

 

Acredito que parte relevante deste desempenho tenha a ver com fluxos e tendências globais de rotação dos portfólios dos investidores estrangeiros.

 

Seguimos com enormes desafios fiscais que precisarão ser equacionados para tornar este desempenho positivo de curto-prazo em tendências mais estruturais e permanentes. Por ora, os sinais de mercado são positivos.

 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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