Daily News – Brasil: 2,25%!

No Brasil, o BCB em sua reunião do Copom de ontem, decidiu por cortar a Taxa Selic em 75bps para 2,25%, como era amplamente esperado. O comunicado não indicou os próximos passos de maneira explícita, exceto por deixar a “porta aberta” para cortes adicionais, de tamanho inferior aos cortes anteriores.

 

O Copom condicionou os cortes, como sempre, ao cenário de inflação, crescimento e os avanços na agenda econômica estrutural de reformas. Na minha visão, o comunicado foi levemente “dovish” e corrobora a visão do mercado.

 

Como a curva intermediária da curva apresenta prêmios relevantes de alta de juros nos próximos 12 a 24 meses, não descarto um movimento de “flattening” nesta parte da curva. A curva longa, contudo, ainda deve permanecer em formato mais “steepado” devido aos riscos fiscais que a pandemia trouxe ao país.

 

Sem a menor sobra de dúvida os juros baixos no país estão levando o investidor a optar por investimentos com mais volatilidade e/ou menos liquidez, em busca de retornos maiores. Não à toa, temos visto um bom desempenho da bolsa local.

 

Isso também pode ser visto no número de novos CPFs na B3, e no aumento de opções de diversificação de investimentos que estão sendo trazidos ao Brasil, inclusive com fundos estrangeiros.

 

Um outro movimento que me parece ser estrutural é a diversificação e patrimônio para fora do país. Com o custo de oportunidade baixo, faz um enorme sentido ter uma parcela cada vez mais relevante de seu patrimônio fora do Brasil, onde as opções de investimentos e diversificação são gigantescas.

 

Isso, ao longo do tempo, deve ajudar a taxa de câmbio a se manter mais alta (Real mais depreciado) de maneira mais estrutural do que cíclica.

 

Nos EUA, o livro de um ex-integrante da Casa Branca teve trechos divulgados antes de seu lançamento e faz novas acusações ao atual Presidente Trump. Este pode ser mais um obstáculo para Trump ter que superar em sua corrida pela reeleição: https://www.wsj.com/articles/john-bolton-the-scandal-of-trumps-china-policy-11592419564?mod=hp_lead_pos1.

 

Vale lembrar que uma potencial vitória Democrata nas eleições pode trazer incerteza ao ambiente corporativo americano e ajudar a pressionar – mesmo que pontualmente – as bolsas do país.

 

Na China, as informações sobre uma possível “segunda onda” de contaminação por Covid-19, especialmente em Pequim, se acumulam. A despeito dos dados oficiais apontarem apenas para cerca de 100 novos casos, as medidas drásticas tomadas pelo governo indicam que a situação pode ser muito pior do que essa.

 

Centenas de voos foram cancelados, hospitais cheios novamente, escolas fechadas, indicações para permanecer em casa, além de outras medidas. Estes são sinais que precisamos monitorar no detalhe.

 


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