Mensagem Importante
“When the facts change, I change my mind. What do
you do, sir?”
Tenho sido
bastante questionado nos últimos meses por amigos de longa data pelo meu
otimismo com o Brasil e o mercado de ações do país.
Quem me
conhece há mais tempo sabe que iniciei minha carreira e passei grande parte dela
como gestor de fundos multimercados, focado nos mercados de renda fixa e
câmbio, no Brasil e no exterior.
É bem
verdade que quando os juros no Brasil estavam acima de 10% e as NTN-Bs com
taxas reais superiores a 6%, diante de tudo o que vi acontecer nos últimos 10
anos nas economias desenvolvidas, de fato nunca me animei a “tomar mais risco”,
a abrir mão de liquidez e de volatilidade, em direção ao mercado de renda variável.
Contudo,
nos últimos meses (quiçá últimos 2 anos) o cenário mudou drasticamente. Vejo a taxa
de juros no Brasil mais baixa por mais tempo, vejo uma economia em seu estágio
inicial de recuperação, uma agenda positiva de reformas econômicas, um mundo
sem taxa de juros, apenas para citar alguns vetores que apresentaram mudanças
substanciais nos últimos meses/anos.
A bolsa
no Brasil, na média, não está cara em termos absolutos, relativos e diante do
que as empresas locais estão apresentando de resultados e crescimento. O Brasil
ainda é um berço fértil de excelentes gestores ativos neste mercado. A alocação
nesta classe de ativo ainda é baixa para os padrões internacionais e para o passado
histórico local.
É por
esses e outros motivo que vejo a renda variável, o mercado de ações, como um
caminho natural de busca por retornos.
E tem
mais, acho que este seja apenas o começo. Acredito que o investidor local precisará
abrir mão de liquidez, aceitar mais “volatilidade” e mais “risco” para ter
retornos mais satisfatórios.
Este
pano de fundo irá favorecer investimentos em Bolsa, Venture Capital, Private
Equity, Fundos de Crédito High Yields, FIPs, FIDCs e afins.
Este
movimento ficou muito evidente em economias mais desenvolvidas como os EUA nos
últimos 10 anos. Não, não acho que viramos os EUA ou uma economia desenvolvida.
Aqui, temos mais obstáculos, mais incerteza e teremos mais volatilidade, mas
hoje temos um ambiente bastante parecido com o que vimos nos EUA nos últimos 10
anos.
Neste período,
a economia dos EUA cresceu uma média em torno de 1,5%, os juros permaneceram
baixos e a bolsa apresentou alta anualizada em torno de 8% - contra uma taxa de
juros praticamente zero.
Para
isso, a macro alocação de recursos, a devida seleção de gestores e de ativos
será fundamental. E é por isso mudei drasticamente minha visão e minha área de
atuação
É neste
contexto que mudei minha postura. Keynes já
dizia:
“When the facts
change, I change my mind. What do you do, sir?”
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