Daily News – Brasil: Leilão do Pré- Sal.


Na ausência de novidades relevantes no final de semana, os ativos de risco operam em tom positivo essa manhã. Destaque para a alta das bolsas globais e para a abertura das taxas de juros no mundo desenvolvido.

Interessante observar que frente a dados de crescimento e emprego nos EUA ainda melhores do que a média, o dólar não consegue cair muito no mundo, em geral, e os metais preciosos seguem com algum suporte.

Não há mudança de cenário, com as bolsas testando um rompimento de suas bandas superiores dos “ranges” recentes, sustentadas por:

Expectativas de estabilização do crescimento (vide gráfico abaixo); pelo possível avanço de um acordo comercial entre EUA e China; por resultados corporativos melhores do que o esperado e pela postura mais frouxa dos principais bancos centrais ao redor do mundo:


Na Europa, os dados finais dos PMIs de outubro, contudo, ainda mostram uma estabilização em patamares perigosamente deprimidos, com a Espanha, por exemplo, atingindo um novo piso para este ciclo econômico:



Já vemos alguns sinais de “excesso” de otimismo em alguns indicadores técnicos do mercado, como este divulgado pela CNN:


No Brasil acho importante comentar sobre o leilão do Pré-Sal agendado para esta semana. Nos últimos dias cresceu os ruídos em torno do evento. Ao que parece, a Petrobras pode ficar com dois dos principais blocos (Búzio e Atapu) – dito por seu CEO – o que a levaria a gastar cerca de R$60bi.

As principais petroleiras da Europa (Total e BP) e dos EUA (Chevron) já declararam publicamente que não têm interesse nos blocos em questão. Assim, os demais blocos “sobrariam” para “players” Chineses ou Árabes, aparentemente, com pouca competição.

Neste caso, vejo um fluxo de entrada de dólares muito menor do que o esperado anteriormente. O mercado trabalhava com um fluxo da ordem de USD20bi. Se a Petro ficar com os dois blocos e os demais apresentarem pouca competição, o fluxo pode ser bem menor, abaixo de USD$10bi.

Além disso, a Petro já certou que fará o seu pagamento sem que haja a necessidade de internalizar o que ela tem a receber do leilão.

Em suma, existe o risco deste leilão ser menos competitivo do que o esperado e gerar algum ruído de curto-prazo nos mercados locais. Não vejo como uma mudança de tendência, mas alguma realização, em alguns ativos (BRL, Petro, Ibovespa) pode acontecer.

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