Daily News – Brasil: Câmbio em foco!
Os ativos de risco estão abrindo
próximos a estabilidade, após mais um dia de otimismo na segunda-feira.
As expectativas em torno de um
acordo comercial entre China e EUA continuam ditando o humor positivo do
mercado.
Continuo vendo uma dicotomia
entre um curto-prazo mais positivo e um longo-prazo mais desafiador. Vejo
motivos para a manutenção de um humor global a risco mais positivo no
curto-prazo, mas um acúmulo de sinais mais desafiadores de longo-prazo.
O que me preocupa mais, neste
momento, são os sinais emitidos pela China e pela sua economia. Enquanto o
mercado se mostra atento e reativo a Guerra Comercial, há sinais inequívocos de
desaceleração estrutural e problemas financeiros no país.
Nos EUA, vemos sinais ainda
mistos de desaceleração do crescimento, em menor escala e menos intensos, mas
que precisam ser monitorados. Enquanto não houver sinais claros de uma possível
recessão, contudo, o mercado parece disposto a dar o benefício da dúvida ao
cenário e ao poder dos bancos centrais.
No Brasil, destaque absoluto para
o dólar (câmbio), que ontem superou a barreira de 4,20 e operou a 4,22 no final
do dia. No início da noite, Paulo Guedes concedeu entrevista mostrando tranquilidade
e parcimônia com o movimento, o que pode dar ímpeto adicional a alta da moeda
nesta manhã.
Além disso, os dados de balanço
de pagamentos de outubro divulgados na manhã de segunda-feira mostraram
deterioração adicional de nossas contas externa. Vimos piora no déficit em
conta corrente, puxado por forte deterioração da balança comercial este ano.
Além disso, a conta de capital continua mostrando um fluxo relevante de saída
de dólares de renda fixa e renda variável.
Neste momento, penso se estamos
buscando um novo patamar de câmbio, saindo dos 4,0 com 4,2, para 4,15 com 4,3.
Ainda é cedo para afirmar isso, mas é um tema que deve ganhar corpo nos
próximos dias.
Não vejo o movimento da moeda
como um sinal ruim para a economia ou os mercados, mas um ajuste natural da
moeda. Em uma economia de câmbio flutuante, a moeda funciona como um
amortecedor automático de choques externos. Se o movimento se tornar mais
rápido, acentuado e descorrelacionado com o resto do mundo, o BCB pode atuar na
direção de suavizar o movimento.
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