Trump, Reforma Tributária nos EUA e PIB no Brasil.
No cenário externo,
dois eventos afetaram os mercados ao longo do dia de ontem. Quando ficava claro
que a Reforma Tributária nos EUA avançaria no Senado, consolidando um cenário
positivo e construtivo de “Reflation” para os ativos globais, com as devidas
rotações típicas de momentos como esse, os investidores foram surpreendidos
pela notícia de que um dos antigos assessores de campanha de Trump teria aceito
um “acordo de delação premiada”. Este acordo poderia colocar a Casa Branca no
meios das investigações que potencialmente envolvem a Rússia no processo
eleitoral.
No início da
madrugada, o Senado passou uma versão revisada, mas não menos importante, da
Reforma Tributária. Este é um passo importante para a implementação da Reforma
no país.
Acredito que o evento
descrito acima deva ser visto como um ruído de curto-prazo, a despeito do
impacto relevante verificado ao longo do dia. No final da tarde, rumores de que
quem estaria envolvido no possível escândalo seria um outro assessor direto de Trump,
no caso seu genro, e não Trump propriamente dito, ajudou a trazer alívio aos
preços.
Com relação a Reforma
Tributária, acredito que poderá trazer efeitos positivos para o crescimento.
Caso seja de fato implementado, terá efeitos secundários no tocante a política
monetária do país. É razoável supor que o Fed passe a trabalhar com algum
impacto fiscal em sua trajetória, trazendo um processo ainda mais agudo de
normalização monetária, mesmo que ainda gradual. Assim, mantenho a postura
tomadora em taxas de juros do país, um processo que acredito que será
estrutural.
No Brasil, o PIB do 2 trimestre ficou dentro
das expectativas do mercado, com crescimento ainda modesto. A despeito do
gradualismo da recuperação, o crescimento dá sinais cada vez mais claros de
consolidação e espalhamento, com recuperação do Consumo e dos Investimentos. O
número reforça um cenário positivo para o crescimento do país este e no próximo
ano.
No tocante a Reforma
da Previdência, ainda existe muito ruído e desinformação em relação ao tema.
Temer participou hoje de evento junto ao Governador de São Paulo e possível
novo presidente do PSDB Geraldo Alckmin. Henrique Meirelles também estava presente.
O tom do evento foi um tom claro de campanha. Parece cada vez mais evidente que
as eleições de 2018 entraram no radar e qualquer movimento já está sendo
meticulosamente calculado com vistas as eleições.
Continuo vendo valor
nos ativos locais nos atuais níveis de preço, independente da Reforma da
Previdência no curtíssimo-prazo. Contudo, já entendi que a ausência da Reforma
deverá trazer volatilidades pontuais.
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