Brasil: Fluxo de notícias mais positivas.

O final de semana, até o momento, trouxe poucas novidades para o cenário externo, mas alguns desenvolvimentos relevantes para o cenário local.

Vale lembrar que continuo acreditando que os fundamentos da economia do Brasil estão se consolidando em trajetória mais positiva. Este pano de fundo deveria manter os ativos locais, a médio-prazo e sem alterações relevantes no cenário externo, de certa forma também em trajetória positiva. Contudo, no curto-prazo, é inegável que os investidores estão de olho no avanço (ou não) da Reforma da Previdência e que os ativos do Brasil irão reagir, mesmo que pontualmente, aos desenvolvimentos nesta frente.

Dito isso, o final de semana trouxe notícias mais construtivas. Após o “fechamento de questão” em torno da Reforma por parte do PMDB e do PTB, o PPS anunciou, segundo a mídia, que também votará em bloco pela Reforma. A convenção do PSDB elegeu, como era amplamente esperado, Geraldo Alckmin como presidente do partido. Em seu discurso, Alckmin adotou um tom duro e crítico contra a sua oposição, leia-se Lula e o PT. Além disso, fez acenos positivos ao atual Governo liderado por Michel Temer. Desta forma, Alckmin começa a dar uma direção mais clara ao PSDB, podendo se colocar como uma opção mais viável a uma candidatura oficial, com apoio mais amplo dos partidos de centro, nas eleições presidenciais de 2018. Além disso, de acordo com a mídia, Alckmin irá, agora, convocar a executiva do PSDB para tentar o “fechamento de questão” em torno da Reforma. Finalmente, o Governo sinaliza para uma votação dia 18 de dezembro, mas a mídia está reportando esta manhã que o debate em torno da Reforma poderá ser iniciado já dia 14, esta semana, na Câmara.

De maneira geral, vejo os desenvolvimentos recentes como mais positivos em favor da Reforma. Repito que tenho pouca visibilidade a este tema. Não tenho nenhuma vantagem comparativa para dar uma opinião mais firme em torno da possível aprovação, ou não da Reforma da Previdência. Então, tenho tentado focar nos fundamentos econômicos locais, na posição técnica do mercado e nas aparentes assimetrias dos ativos do Brasil vis-à-vis as probabilidades de aprovação da Reforma e os fundamentos econômicos.

A posição técnica me parece bastante saudável. Os estrangeiros estão reduzindo consistentemente alocações em Brasil, de níveis que já eram extremamente baixos para os padrões históricos. Nosso acompanhamento do fundos locais mostra um mercado pouco alocado e ainda favorecendo posições na parte curta da curva de juros ou nas NTN-Bs. Pouquíssimos fundos apresentam posições relevantes em Renda Variável e BRL.

Os fundamentos seguem positivos. Apenas para focar em um tema, o IPCA de novembro ficou abaixo das expectativas e as coletas de inflação mostram uma perspectiva de inflação baixa ainda em 2018. Este ambiente irá permitir que a Taxa Selic fica em torno, provavelmente abaixo de 7% ao longo de 2018, o que será um grande “vento favorável” à economia.

No tocante aos preços de mercado e probabilidade embutidas, ainda vejo valor no s ativos locais. Entendo que o processo de recuperação de preços não será “one-off”, instantâneo, e nem linear. Mas nos atuais níveis, ainda vejo valor e uma probabilidade baixa embutida em relação a recuperação cada vez mais visível, consolidada e espalhada da economia.


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