Treasury 10 anos acima de 2,5%. Novos ruídos no Brasil.

A Treasury de 10 anos continua sua marcha de abertura de taxas, após o rompimento do patamar psicológico de 2,5%. Neste manhã, está movimento voltou a dar sustentação ao dólar no mundo, porém desta vez mais concentrado contra as moedas EM e as dependentes de commodities. As commodities metálicas também apresentam forte queda, no que aparenta ser uma clara realização de lucros dos exageros recentes.

A agenda do dia será relativamente esvaziada, com o Jobless Claims em destaque nos EUA, as vésperas da divulgação dos dados oficiais de emprego de fevereiro no país, agendados para amanhã.

Na China, o destaque ficou por conta dos indicadores de inflação. Enquanto o CPI apresentou forte queda na comparação YoY, o PPI voltou a acelerar. No caso do CPI, a queda é explicada por uma base elevada e pela desaceleração de Alimentação. É razoável supor que o Ano Novo Lunar esteja ajudando a distorcer os dados econômicos da China em janeiro e fevereiro. Assim, só poderemos tirar conclusões mais concretas em torno do cenário para o país a partir da divulgação dos dados de março.

A Goldman Sachs fez um resumo dos dados divulgados hoje:

CPI: +0.8% yoy (-1.8% mom ann*) in February vs. GS: +1.8% yoy, Bloomberg consensus: +1.7% yoy; January: +2.5% yoy (+0.1% mom ann).
Food: -4.3% yoy in February. January: +2.7% yoy.
Non-food: +2.2% yoy in February. January: +2.5% yoy.
PPI: +7.8% yoy in February (+6.8% mom ann*) vs. GS: +7.8% yoy, Bloomberg consensus: +7.7% yoy; January: +6.9% yoy (+12.7% mom ann).
(* seasonally adjusted, floating holiday adjusted by GS, annualized)

No Brasil, a mídia está reportando a repercussão da decisão do STF em criminalizar doações “oficiais” como potencial crime.

Segundo o Estado de São Paulo:

Na iminência dos pedidos de abertura de inquérito contra dezenas de congressistas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em razão das delações de ex-executivos da Odebrecht, parlamentares acusaram ontem o Supremo Tribunal Federal de se igualar à chamada “República de Curitiba” e querer “criminalizar” as doações legais no julgamento que tornou réu o ex-presidente do PMDB e senador Valdir Raupp (RO) por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República acolhida pela Corte foi de que os R$ 500 mil doados oficialmente pela construtora Queiroz Galvão à campanha de Raupp ao Senado em 2010 seriam “propina disfarçada” e que teriam origem no esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. Esse foi o primeiro caso no Supremo referente à Lava Jato em que se admitiu que doações eleitorais oficiais podem ser consideradas pagamento de propina, tese defendida pela PGR.

Parlamentares avaliaram que a interpretação dada no caso do senador abre espaço para criminalizar quaisquer doações eleitorais registradas a candidatos e partidos políticos. “Consideramos que foi um equívoco do STF”, afirmou o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP). “A aceitação da denúncia é muito grave, praticamente criminaliza as doações legais.”

Três criminalistas ouvidos pelo Broadcast Político, contudo, têm uma avaliação mais contida que os deputados. Eles consideram que para uma condenação no caso de Raupp terá de ficar claro se houve uma contraprestação para o recebimento dos recursos - o chamado ato de ofício. “Se existe apenas a doação e a palavra de um delator que nada vale, essa doação não pode ser tida como ilícita”, defende o advogado de Valdir Raupp, Daniel Gerber. “Não basta a mera expectativa de benefício, é preciso do ato concreto”, afirmou o advogado Celso Vilardi. “(A condenação) Não pode ficar nas mãos de um delator”, disse Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

No tocante a Reforma da Previdência, a Folha de São Paulo continua a adotar um tom mais alarmista em relação a probabilidade de aprovação da Reforma:

Não vai dar Pessoas próximas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, temem que a crise política que se avizinha com o avanço da Lava Jato possa travar a discussão das reformas. A da Previdência, apostam, não será aprovada até junho.

Falta um O enfraquecimento de membros do governo também preocupa. Meirelles, que teve impasses com Eliseu Padilha, agora reza pelo retorno do colega ao Planalto. Diz que, sem ele, aprovar mudanças na aposentadoria será tarefa hercúlea


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