Brasil: Ruídos continuam.

A quinta-feira foi de acomodação dos ativos de risco, que ainda estão digerindo a decisão do Fed anunciada na tarde de ontem.

No Brasil, a despeito de um cenário que considero construtivo para o país, alguns ruídos de curto-prazo parecem estar impedindo uma nova rodada de apreciação dos ativos locais. São eles:

- O BCB sinalizar que pretende deixar de rolar cerca de US$4bi se swaps cambais no final do mês. Esta postura prejudicou o BRL no mês passado e parece que caminha para prejudicar a moeda novamente.
- A decisão do STF em torno da base de cálculo do ICMS. Se já existia uma predisposição em aumentar impostos para cobrir o “rombo” das contas públicas agora, aumentou a probabilidade de uma medida nesta direção. Aumento de imposto pressupõe maior inflação e menor crescimento, através do canal de consumo. As especulações do momento giram em torno do aumento do PIS/Cofins para combustíveis.
- Com a Reforma da Previdência avançando na Comissão do Congresso, aumentam os ruídos e as negociações, criando incertezas adicionais para o cenário.

Por ora, vejo estes problemas como obstáculos de curto-prazo, solucionáveis. De todos estes, a Reforma da Previdência me parece a mais importante e que precisa ser monitorada de perto.

Do ponto de vista positivo, os leilões de aeroportos hoje foram bem-sucedidos, com investidores estrangeiros se comprometendo a investimentos no país. O valor financeiro dos leilões foi baixo, mas a sinalização para investimentos no país foi bastante positiva.


Nos EUA, os dados econômicos continuam mostrando um cenário de crescimento robusto, com um mercado de trabalho aquecido. O Jobless Claims se manteve em torno de 240 mil, nível historicamente baixo e positivo. O JOLTs Job Openings sai de 5539 para 5626 em janeiro, patamar historicamente elevado.

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