Fed out of the way! EM should shine again!
O Fed
elevou a taxa básica de juros da economia em 25bps nos EUA, dentro das
expectativas do mercado. As revisões em torno da decisão, assim como a sua
comunicação, contudo, foram mais brandas do que o esperado, favorecendo um
forte movimento de fechamento de taxas de juros, enfraquecimento do dólar no
mundo e tomada de risco por parte dos investidores.
Ainda
vejo uma economia dos EUA no pleno emprego, com um hiato do produto fechado. O
crescimento se mostra sólido, mas a inflação se eleva de maneira apenas
gradual, o que ajuda o Fed a manter uma postura de gradualismo na condução da
normalização monetária.
Parafraseando o economista
e investidor Mohamed El-Erian: Fed
embarks on a beautiful policy normalisation. Going with the tide of
reflationary data, including Friday’s blockbuster job creation and slightly
higher wages, the Fed is likely to encourage markets to embrace a policy regime
shift that — critically — is gradual, orderly and retains optionality.
Reforço minha visão de que um cenário
de valuations atrativos, fundamentos mais sólidos do que no passado
recente e um crescimento global saudável dão suporte a um bom desempenho dos
ativos de risco em geral e dos ativos emergentes em especial, mesmo diante do
cenário de normalização monetária nos EUA.
A decisão de hoje coloca em dúvida a
possibilidade de uma alta mais sustentada do dólar no curto-prazo. Ainda vejo
um cenário de alta nas taxas de juros dos EUA, mas o processo promete ser
extremamente lento e bem administrado.
Este pano de fundo acaba sendo
extremamente positivo para os ativos locais. No início da noite, a agencia de
rating Moody´s ainda elevou o outlook da nota do país de negativa para neutra.
Além disso, o TCU liberou a venda de ativos da Petrobrás, contanto que
alterações sejam feitas no processo de licitação. A decisão retira uma
incerteza do curto-prazo.
Assim, temos um cenário de
crescimento global sólido, estabilidade da economia da China, os principais
bancos centrais do mundo ainda reticentes em retirar liquidez do mercado e uma
inflação apenas gradualmente ascendente no mundo desenvolvido. O cenário me
parece bastante positivo para ativos de risco em geral e para ativos emergentes
e Brasileiros em especial.
Ruídos em torno da Reforma da
Previdência existirão, assim como investigações da Operação Lava-Jato, mas
usaria qualquer realização de lucros para acumular alocações em ativos locais.
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