Relatório Semanal de Asset Allocation
A última semana foi
marcada por dois eventos relevantes, mas que apenas reforçam o cenário local e
externo tal como temos reportado ao longo dos últimos meses.
Brasil – IPCA: O IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,33% m/n e 4,76% no
acumulado em 12 meses, cerca de 10 pontos-base abaixo das expectativas. O
quadro qualitativo também foi positivo, com difusão em queda e núcleos
bem-comportados. Segundo nossa área econômica, o qualitativo da inflação foi
muito bom n o que tange serviços e nos índices de difusão. IPCA abaixo de 4% é o
cenário-base.
O número de hoje solidifica a possibilidade de uma aceleração no
ciclo de queda de juros no país, podendo se consolidar um cenário de um juro
terminal na casa dos 8,0%-8,5% para este ciclo de queda da taxa Selic.
EUA – Dados
de Emprego: Os dados de emprego de fevereiro ficaram basicamente dentro das
expectativas, mostrando uma criação saudável de vagas de trabalho no mês (235
mil), uma taxa de desemprego baixa (4,7%), e um rendimento nominal das horas
trabalhadas em linha com o esperado (2,8% a/a), mostrando um processo apenas
gradual de pressões inflacionárias provenientes dos salários.
Os números de hoje apenas reforçam o cenário para o Banco
Central (Fed) elevar a taxa básica de juros na reunião do FOMC desta semana em
25 pontos-base. Este cenário já está praticamente 100% precificado na curva
nominal juros.
Alocação/Estratégia:
No Brasil, nos atuais níveis, acreditamos que o BRL irá seguir o
humor global a risco. Seguimos sem ter a moeda brasileira como um ativo para
alocação estrutural, acreditando que deverá permanecer em um range ao
longo do ano. No atual patamar, próximo aos 3,20, já vemos algum valor em
posições táticas vendidas em dólar. Posições através de estruturas de opção
podem ser uma maneira de mitigar os riscos de curto-prazo.
No Ibovespa, a correção recente de preços já criou algum valor
em ativos específicos. Ainda vemos espaço para alocações estruturais nesta
classe (fundos de pensão, pessoas físicas, estrangeiros e afins), mas o
curto-prazo promete ser um pouco mais desafiador. Achamos que favorece uma
postura de incrementar a alocação nesta classe de forma parcimoniosa.
Finalmente, no mercado de juros, ainda vemos uma queda
estrutural de taxas no país. Vis-à-vis a correção já ocorrida no BRL e no
Ibovespa, os juros locais continuam extremamente comportados. O cenário de
desinflação e a postura do BCB estão certamente ancorando este ativo. Mantemos
nossa tese de queda estrutural das taxas de juros do país, preferindo a parte
intermediária das curvas nominais e reais de juros neste momento.
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