Agenda carregada. Cenário inalterado.
O dia foi de agenda
econômica carregada no Brasil, mas
sem novidades que alterem o cenário base. Na verdade, os números de hoje apenas
corroboram o cenário de uma recuperação extremamente lenta e gradual da
economia.
A Taxa de Desemprego apresentou
mais um mês de elevação em fevereiro, mostrando que o mercado de trabalho ainda
demandará tempo para se recuperar, em linha com as nossas expectativas.
Observamos alguma recuperação dos rendimentos dos trabalhadores, o que acende
uma ponta de esperança para a recuperação deste setor da economia (consumo).
O IBC-Br – uma espécie
de PIB mensal coletado pelo BCB – apresentou queda de 0,8% YoY, superior às
expectativas de queda de 0,5% YoY. O número mostra uma economia fragilizada e
coloca um risco baixista para o PIB deste início de ano.
Finalmente, a Confiança
de Serviços medida pela FGV apresentou alguma melhora em março, o que aponta
para uma recuperação da atividade econômica ao longo dos próximos meses. Vale lembrar,
contudo, que observamos fortes avanços em alguns indicadores de confiança desde
a finalização do processo de impeachment, mas estes ainda não estão se
traduzindo em recuperação dos indicadores “hard
data” da economia.
Os ativos locais
tiveram uma sexta-feira de leve otimismo. O destaque ficou por conta do câmbio
(BRL). Após passar toda a manhã sobre forte pressão altista com o vencimento
dos swaps cambiais, a moeda local apresentou forte reversão no início da tarde,
com fluxos pontuais e a expectativas de uma sazonalidade positiva para a moeda
em abril. Vale lembrar o estoque de swaps está na casa de US$18bi. Se o cenário
para Brasil e EM se mantiver construtivo, existe a expectativa de fortes fluxos
para o país, com um poder cada vez menor do BCB de administrar este fluxo, o
que pode acabar fazendo efeito positivo na moeda.
Nos EUA, o Core PCE ficou em 1,8% YoY em
fevereiro, mantendo o cenário de alta gradual da inflação. O Chicago PMI subiu
de 57,4 para 57,7 pontos, acima das expectativas de 56,9 pontos. O número
confirma o bom momento da economia.
Em novas aparições
públicas, membros do Fed mostraram um cenário de política monetária mais
gradual do que a impressão que havia ficado nos últimos dias. Em especial,
parece que o Fed caminha para um cenário em que a redução de seu balanço será
utilizada como substituta a altas de juros o que, no limite, acaba colocando
alguma restrição sobre as altas de juros.
Trump deverá assinar
decretos relativos a “trade” em
instantes. Sua reunião com o Premier chinês deverá ser atentamente observada
nos próximos dias.
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