Dia de agenda importante. Ativos no Brasil criaram valor nos últimos dias.
Os
ativos de risco estão se acostumando a um novo patamar de taxas de juros nos
EUA, o que tem gerado alguma volatilidade e ruídos pontuais. Enquanto o
crescimento global estiver favorável, acredito que estes momentos serão
pontuais. Caso venhamos a observar um cenário mais desafiador para o
crescimento do mundo, a situação dos ativos de risco tende a ficar menos
positiva, o que não parece ser o caso neste momento.
A agenda
econômica de hoje será extremamente importante, com IPCA no Brasil e os dados
oficiais de emprego nos EUA.
No
Brasil, os jornais de hoje ainda reportam alguns ruídos em torno da Reforma da
Previdência. Reforço que negociações em torno do texto original fazem parte do
processo democrático e já eram esperadas. O importante é que a Reforma seja
aprovada sem alterações na essência do projeto. Caso fique mais evidente,
contudo, que uma Reforma substancial não consiga ser aprovada, o cenário para o
país poderá sofrer uma alteração abrupta, para um caminha muito mais negativo.
Ainda trabalho com um cenário de aprovação de um Reforma da Previdência
saudável.
Por ora, estou tratando os movimentos
dos últimos dias como uma realização de lucro natural, e até mesmo saudável, em
mercados que apresentaram forte desempenho nas últimas semanas.
Por um lado, não vejo motivos
concretos para um sell-off mais generalizado e permanente dos
ativos de risc. Por outro lado, ainda vejo espaço para a curva de juros nos EUA
precificar mais altas de juros por parte do Fed, o que pode vir a afetar ainda
mais algumas classes de ativos e, eventualmente e pontualmente, o humor global
a risco.
Continuo acreditando no cenário de
“reflation” global, mas muito mais concentrado e evidente nos EUA do que nas
demais economias do mundo. O principal efeito disso deveria ser um aumento das
taxas de juros no país, que deveria dar suporte ao dólar no mundo. Nos atuais
níveis, tenho poucas convicções nas bolsas globais.
No Brasil, nos atuais níveis,
acredito que o BRL irá seguir o humor global a risco. Continuo não sendo um
grande fã da moeda como um ativo para se ter alocação estrutural, acreditando
que deverá permanecer em um range ao longo do ano. No atual patamar, próximo
aos 3,2º, já vejo algum valor em posições táticas vendidas em dólar. Posições
através de estruturas de opção podem ser uma maneira de mitigar os riscos de
curto-prazo.
No Ibovespa, a correção recente de
preços já criou algum valor em ativos específicos. Ainda vejo espaço para
alocações estruturais nesta classe (fundos de pensão, pessoas físicas,
estrangeiros e afins), mas o curto-prazo promete ser um pouco mais desafiador.
Favoreceria uma postura de incrementar alocação nesta classe de forma
parcimoniosa.
Finalmente, no mercado de juros,
ainda vejo uma queda estrutural de taxas no país, mas o cenário de consolidação
pode ser a regra do jogo no curto-prazo. Vis-à-vis a correção já ocorrida no
BRL e no Ibovespa, os juros locais continuam extremamente comportados. O
cenário de desinflação e a postura do BCB estão, certamente, ancorando este
ativo, mas não podemos descartar correções pontuais mais acentuadas, porém de
curto-prazo.
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