Daily News – Brasil: Sentiram “O Mercado”?
Os ativos de risco estão abrindo próximos a estabilidade, depois de uma quinta-feira de volatilidade no preço dos ativos locais e globais.
No Brasil, vejo dois movimentos se
formando. Após uma forte reação negativa dos mercados em relação ao texto
proposto pela PEC de Transição, o Congresso parece emitir sinais de que irá
tentar limitar as medidas propostas pelo novo governo. Na direção de acalmar o
mercado, membros do novo governo, como o vice-presidente eleito, vieram a
público declarar o apoio do governo ao ajuste fiscal.
A despeito das falas mais agressivas
do presidente eleito contra a reação do mercado, claramente há um incomodo de
alas da República com relação a PEC apresentada. Agora, será importante
entender o que será aprovado e o que, de fato, será colocado em prática por
este novo governo.
O mercado local pode até ter
exagerado alguns movimentos de curto-prazo, muito devido a questões técnicas de
“stops” de fundos e investidores. Contudo, teremos 4 anos de bastante volatilidade,
devido a característica de “balões de ensaio” deste governo e da baixa
visibilidade em relação as questões fiscais do país.
Nos EUA, parece que o Fed está fazendo
de tudo para evitar um alívio excessivo das condições financeiras. Toda a vez
que há uma reação de alta das bolsas, fechamento de taxa de juros e queda do Dólar,
membros da instituição vem a público, de maneira incisiva, falar sobre a
necessidade de controlar a inflação.
Assim, estamos em uma fase em que a posição técnica e a sazonalidade joga a favor dos ativos de risco, mas o Fed continuará atuando de maneira a evitar apreciações que ele julgue excessivas dos mercados, pois dificulta o seu trabalho de controle da inflação.
À medida que a inflação deixar de ser
a principal narrativa do mercado, devemos entrar na narrativa da recessão e
qual será seu tamanho, duração, magnitude e velocidade:
Na China, segue a dicotomia entre uma
situação corrente ainda desafiadora, com uma forte onda de Covid, mas com
expectativas mais construtivas em torno da flexibilização, mesmo que
incipiente, da política de Covid Zero, somada a medidas de ajuste no mercado
imobiliário.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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