Daily News – Uma crise emergente em um país desenvolvido
A segunda-feira foi marcada por um dos maiores choques de juros em um país desenvolvido na história, com forte alta nas taxas do Reino Unido, que acabaram levando a forte alta global de juros:
Comentei a fundo sobre a situação do
país e os próximos passos de maneira mais detalhada aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_uma-crise-emergente-em-um-pa%C3%ADs-desenvolvido-activity-6980124597685747712-HCnu?utm_source=share&utm_medium=member_desktop.
Hoje pela manhã estamos vendo uma
recuperação mais acentuada dos ativos de risco. Já vinha alertando, há alguns
dias, sob essa possibilidade, devido a indicadores de sentimento excessivamente
negativos no curto-prazo, como escrevi aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1574420026303676416?s=20&t=4wfLPZsn5RodjEwxHm8BPw.
Não acredito que o pior tenha ficado
para trás. Os problemas no Reino Unido trazem um nível ainda maior de
complexidade ao cenário que precisará ser endereçado nas próximas
semanas/meses. Entendo que, no curto-prazo, há questões técnicas que podem
gerar “relief rallies” pontuais, mesmo que rápidos e acentuados. No longo-prazo,
contudo, ainda vejo um cenário desafiador e espaço para pressão nos ativos de
risco.
Os ativos no Brasil estão sendo
reféns desta situação. Não há mudanças substâncias de cenário interno. Destaque
de ontem para as contas externas de junho e julho. A despeito de uma piora no
déficit em conta corrente, vejo uma expressiva demanda por investimentos
estrangeiros diretos para financiar esta situação.
Este é um tipo de financiamento mais
saudável e de longo-prazo, que torna o financiamento do déficit mais estável. A
conta de capital, na rubrica portfólio, ainda há baixa demanda por ativos
locais de renda fica e bolsa:
Nas eleições, as pesquisas continuam
mostrando oscilação positiva para Lula e chances de uma vitória em primeiro
turno. Ainda acredito que teremos segundo turno e as eleições serão mais
apertadas do que as pesquisas aparentam.
Nem tudo é negativo no cenário. A
China, em uma fase do ciclo mais avançado, começa a dar sinais de recuperação em
seu mercado imobiliário. Precisamos monitorar se é apenas pontual ou se as
medidas adotadas recentemente começam a surtir um efeito mais estrutural. Será
positivo para o complexo de commodities, especialmente metálico não precioso:
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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