Daily News – O Dia D!

Os ativos de risco estão dando sequência ao movimento de realização de lucros iniciado no começo dessa semana, liderados pelos ativos de “long duration” globais. O tema de “reflação” voltou a tona e a divulgação do Core CPI nos EUA hoje pode ser um divisor de águas.

 

O número pode, ou acelerar esses movimentos, ou trazer de volta a calmaria aos mercados. Minha impressão é que o mercado já espera um Core CPI bem mais alto do que as expectativas oficiais dos economistas.

 

Continuo vendo um cenário em que os mercados irão flutuar entre o “goldilocks” de recuperação do crescimento, com liquidez global abundante e sem sinais consistentes de inflação, levando a apreciação dos ativos de risco.

 

E, por outro lado, o ambiente de receio de que a recuperação irá levar a um cenário inflacionário, acarretando uma retirada antecipada da liquidez global e um ajuste dos “valuations” de ativos que dependem de juros baixos.

 

Vale lembrar que mesmo com um Fed “dovish” a simples percepção pelo mercado de que estamos diante de um erro de política monetária pode levar a este segundo cenário descrito acima.


Interessante observar como caminha o mercado de trabalho nos EUA, com sinais evidentes de que pressões inflacionárias estão latentes a economia:



No Brasil, a Ata do Copom trouxe poucas novidades relevantes ao cenário. Mantenho expectativa de mais uma alta de 75bps na Taxa Selic na próxima reunião e uns juros terminais ao redor de 6%.

 

O IPCA, da mesma forma, não adicionou informações relevantes ao quadro inflacionário, onde impera uma pressão de curto-prazo. Esperamos que o IPCA atinja um patamar de 8% YoY em meados do ano, para depois recuar ao final de 2021, mas ainda em patamar acima da meta do BCB:





No cenário internacional, a situação entre Israel e o grupo terrorista Hamas apresentou deterioração relevante nas últimas 48h. O problema, por ora, é regional e não deveria afetar o resto do mundo. Contudo, existe um risco, hoje de probabilidade baixa, do Hamas angariar apoio de outros países da região (Irã?) tornando o conflito mais generalizado.

 

Na Área do Euro, a produção industrial de março ficou dentro das expectativas do mercado. Em um período ainda de “segunda onda” da pandemia na região, o número olha para o retrovisor, dado que as expectativas já são mais construtivas para a região e agora em diante:



*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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