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Estamos amanhecendo em um ambiente de abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido e queda das bolsas globais. Este tem sido o principal tema que tenho comentado neste fórum como risco aos mercados – juntamente com a posição técnica, preços e valuations – nos últimos dias.

 

Além da abertura de taxas, vemos forte movimento de steepening:





Como tenho comentado sobre isso de forma recorrente, vamos focar em Brasil, cujos últimos eventos trouxeram grande preocupação ao mercado. Após anunciar uma proposta de troca do presidente da Petrobras, Bolsonaro deu declarações de cunho populista de que pode anunciar “outras intervenções” essa semana.

 

O presidente até tem a prerrogativa de trocar cargos de indicação federal, mas existe uma certa “liturgia do cargo”. A forma como as coisas estão sendo feitas no país geram ruídos, desconforto e incerteza.

 

As declarações recentes do presidente acendem um enorme sinal amarelo (senão vermelho) ao cenário político local. Devemos ter uma segunda-feira de enorme pressão negativa nos ativos locais, na ausência de uma mudança de postura do governo federal. Segundo pesquisa da XP Investimentos, veja o que é esperado para hoje:




A partir daí, deveremos medir o risco x retorno dos novos preços dos ativos brasileiros, que certamente estarão em patamares mais depreciados, e entender qual será o cenário base para a política e a economia.

 

Ainda me parece cedo para ter certeza do cenário, mas claramente houve uma piora relevante na percepção do risco pais diante das últimas declarações do presidente.

 

Todos os “sell-sides” de referência, neste domingo, anunciaram rebaixamento das ações da Petrobras. A ação cai cerca de 12% no “pre-market” americano, neste momento (7h00).

 

Em termos de alocações, nos últimos meses, reduzimos consideravelmente nossas alocações em fundos multimercados macro focados apenas em Brasil. Seguimos acima da média na bolsa local, mas com poucos gestores com exposição relevante a Petrobras e estatais em geral.

 

Elevamos alocação em crédito high yield no Brasil, que achamos que não deva sofrer no “D0”. Elevamos alocações em ativos ilíquidos, como Private Equity e Ventures Capital, e mantemos importantes proteções em Ibovespa e Dólar com vencimentos em março e abril.

 

Voltando ao cenário internacional, o ambiente de “reflation” segue intacto. Na Alemanha, o IFO – um importante indicador de confiança do país – apresentou alta acima das expectativas, confirmando um cenário de recuperação pós “lockdown” e com as vacinas ganhando tração:



Na Coreia do Sul, importante termômetro de crescimento mundial, as exportações dos primeiros 20 dias do mês de fevereiro mostram continuidade da recuperação global:




*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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