Daily News – Otimismo externo.
A noite foi de poucas novidades para o cenário, com um movimento positivo dominando a dinâmica do dia. O destaque da agenda fica para a reunião do FOMC nos EUA, com possíveis sinalizações importantes para a política monetária.
Reforço aqui minha mensagem de ontem:
Nas últimas duas semanas vinha
afirmando que ainda não via sinais de inversão de tendência nos mercados, mas
um movimento normal, natural e, até mesmo, saudável, de acomodação, após quase
5 meses de alta ininterrupta.
A dinâmica de curto-prazo nos ativos de risco apenas confirma essa minha
visão. Contudo, repito que espero um ambiente mais volátil até o final do ano,
diante das incertezas que permeiam o cenário internacional, especialmente no
tocante ao pacote fiscal americano e as eleições presidências no país.
Interessante observar que não apenas os índices de bolsa retomam seus
patamares pre crise, mas algumas moedas, como é o caso do Yuan (CNY) na China e
vários dos metais não preciosos já se encontram em níveis superiores a
pandemia:
Na pesquisa mensal feita pelo BofA Merrill Lynch sobre posição técnica, vemos que o mercado continua alocado em Tech, com medo da pandemia e começando uma rotação para cíclicos:
Eu, particularmente, não vejo a pandemia como o maior risco atual, mas sim o cenário fiscal e eleitoral americano. Gosto estruturalmente do setor de Tech (ou TMT), mas vejo preços “esticados” no curto-prazo.
Acho que a rotação para cíclicos faz sentido e terá seu “lugar ao sol”
conforme as economias forem reabrindo e uma vacina e/ou protocolo de tratamento
forem encontrados.
No Brasil, seguimos em um ambiente de ruídos institucionais. Acredito
que, enquanto durar este governo, deveremos conviver com este tipo de situação.
Na minha visão, o cenário base é de “empurrar os problemas com a barriga”, com
algumas reformas, porém sem grandes mudanças estruturais.
O país não entre no abismo, mas perde a sua chance de promover mudanças
excepcionais em sua economia. Este é um ambiente que depende mais da dinâmica
externa, e um cenário de mais volatilidade no preço dos ativos locais.
Dan H. Kawa
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