Giro do Final de Semana

By Dan Kawa


Os últimos dias parecem estar dando continuidade a uma dinâmica que comentei ao retornar das minhas férias. Vamos dividir entre o cenário local e o cenário internacional.

No Brasil, estamos vendo dados de crescimento acima do esperado no curto-prazo; um processo lento, gradual e ainda errático de desinflação (com preocupações latentes no tocante a qualidade dos números); poucas novidades nas contas externas; e um processo de discussão sobre os caminhos fiscais do país, que caminha entre Congresso e Executivo.

Alguns “riscos de cauda” que o mercado precificou após a eleição do novo governo estão, aos poucos, sendo comprimidos, a medida que o Congresso se coloca como “poder moderador” de algumas propostas apresentadas pelo governo. Além disso, propostas mais radicais, por ora, tem sido evitadas.

O pano de fundo internacional, de taxas de juros mais baixas no mundo desenvolvido, em um ambiente de crescimento ainda saudável, com inflação cadente, seguem dando suporte adicional a este cenário local mais construtivo.

Nem tudo são louros e alguns riscos existem, mas a reação do mercado tem tem sido mais positiva até o momento. Aqui entra um pouco da posição técnica, preço e valuation dos ativos locais, que está ajudando bastante este movimento mais positivo.

No cenário internacional, o foco de curto-prazo esta na decisão do Teto do Endividamento nos EUA. As conversas parecem tensas e longe de um desfecho, o que tem causado volatilidade, por “debaixo da superfície” (as árvores), em alguns mercados.

Olhando “a floresta”(S&P500, Tsy 10ths e etc), contudo, os impactos tem sido pequenos, pois há um consenso, ainda, de que uma solução será  encontrada nos “48 min do segundo tempo”. A incapacidade de se chegar a um acordo poderia gerar um efeito negativo extremamente nefasto nos ativos de risco ao redor do mundo.

Os demais vetores internacionais seguem em um momento de baixíssima visibilidade. Os sinais de crescimento continuam mistos, sem podermos concluir se teremos ou não recessão; a inflação desacelera, mas se mantém em patamar elevado; o Fed parece ter pausado seu processo de alta de juros, mas na parece haver espaço para cortes de taxa, como o mercado já precifica.

Os sinais de perda de “momentum” da economia da China, seja nos indicadores oficiais (“hard data”) seja nos indicadores de alta frequência (“soft data”) me preocupam, não apenas para o cenário  chinês, para como por suas reverberações ao resto do mundo. Isso pode vir a antecipar o cenário de desaceleração do crescimento global.






Os ativos internacionais, de forma geral, seguem com alguma volatilidade, mas sem nenhuma tendência definida, respeitando bandas relativamente estreitas.

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