Daily News – De Volta a Realidade

Ontem fiz um resumo um pouco mais completo sobre como vejo o cenário local e internacional, que pode ser revisto aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_dan-kawa-on-twitter-activity-7063795991451156481-Bmpc?utm_source=share&utm_medium=member_desktop.

 

Um dos pontos discutidos no texto acima, foi a questão relacionada a deterioração do cenário para a China e seus impactos nos ativos mais dependentes da demanda chinesa. Nesta noite, recebemos os dados oficial (“hard data”) de crescimento do país em abril.

 

O que vimos foi uma surpresa negativa generalizada, com números abaixo do consenso e apontando para desaceleração do país. Um mês de números ruim ainda torna difícil concluir que estamos diante de uma nova tendência, mas claramente há sinais bastante preocupante em relação ao crescimento do país.

 




Nos EUA, a discussão do limite do endividamento segue causando ruídos e volatilidade intraday nos mercados. O cenário base é de que cheguem a um acordo, mais cedo ou mais tarde, mas existe uma probabilidade baixa, porém crescente, de que algo mais negativo venha a ocorrer, nem que seja em um curto espaço de tempo. Isso teria implicações catastróficas para alguns mercados/ativos.

 

No Brasil, tenho visto uma tendência de algumas empresas mais dependentes da economia doméstica, e talvez mais dependentes de gestão micro, apresentarem resultados acima do esperado, após um longo período de performance operacional ruim e forte queda de suas ações.

 

Na noite de ontem, por exemplo, os resultados de Nubank, Hapvida e Rede D´or foram recebidos de forma positiva pelos “sell-sides” (Obs: Não sou especialista em micro, apenas reportando a impressão dos relatórios divulgados pelas principais casas locais e “gringas”).

 

Esta tendência já vem sendo refletida em preço das ações. Ao longo deste mês, temos visto um bom desempenho dos fundos de Ações Valor em detrimento ao índice. No caso do índice, Petro voltou a sofrer com as indicações de mudança da paridade de preços e Vale cai com a deterioração do cenário para a China.

 

No campo macro local, o Arcabouço Fiscal parece avançar no Congresso, com apoio e esforço por parte de Haddad.

 

Para adicionar alguma “emoção” ao debate nas mesas de operações de hoje: https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/05/15/campos-neto-se-afasta-da-agenda-presencial-do-bc-por-recomendacao-medica.ghtml.

 

Em relação a posição técnica e aos gestores internacionais, interessante observar como as posições em Big Techs viraram consenso este ano. Isso explica o porquê do movimento de alta do S&P500 ser praticamente explicado pela alta de 4 a 6 ações, em detrimento a um mercado muito mais desafiador por debaixo da superfície:

 




Vale notar que os Hedge Funds estão tendo um ano “bom”, porém não espetacular. A diferença de desempenho entre as sub-classes mostra a importância de um portfólio diversificado, como comentei no link no texto de ontem:



 

Os gestores seguem apontando que estão com posições “abaixo da média” em bolsa americana, o que ajuda a explicar este mercado bem suportado:

 


*As análises e opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

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