Daily News – The Growth Scare
A dinâmica do mercado ontem, a despeito da percepção de bom desempenho da bolsa dos EUA, deu sinais claros de fragilidade e receio com o crescimento. O dia foi de forte fechamento de taxa de juros nos EUA, queda no preço das commodities, queda nas ações e setores cíclicos da bolsa e dólar mais forte.
Isso foi claramente refletido na
dinâmica de preços dos ativos do Brasil, que em muito seguiram a dinâmica
internacional. A bolsa americana continua sendo suportada por poucas ações e
muito pela narrativa da Inteligência Artificial: https://twitter.com/DanKawa2/status/1663615744079167488?s=20.
Será desta vez para valer:
Nesta noite, os PMI´s da China
ficaram abaixo das expectativas do mercado, confirmando uma perda de momento da
economia que os dados de crescimento do mês passado já haviam demonstrado:
A queda do PMI abre um novo “flanco”
de preocupação para o crescimento da economia global, e pode vir a ser o vetor
que precisava para o mercado precificar de maneira efetiva um cenário mais
desafiador para o crescimento mundial. Isso pode ter implicações relevantes
para a dinâmica de preços de cada classe de ativo.
Ainda me parece que estamos na transição
entre a narrativa da “Inflação” e caminhando para a narrativa da “desaceleração
econômica” e eventual “recessão”. Estamos na fase em que os dados econômicos
são mistos e pouco conclusivos, o que tem favorecido um mercado “de lado”, sem
grandes tendências de curto-prazo.
Na Alemanha, a inflação regional ficou
abaixo das expectativas do mercado, mostrando recuo na pressão de preços. A
inflação na França mostrou uma cara parecida. Ainda me parece cedo para o ECB “cantar
vitória” no combate a inflação, mas é um passo na direção correta.
No Brasil, os dados das contas públicas
divulgados ontem acendem um sinal de alerta. Queda na arrecadação, fruto de
alguma desaceleração econômica, e aumento de gastos, reflexo das medidas fiscais
– como aumento do salário-mínimo – anunciadas pelo novo governo.
Será fundamental entender quais serão
as medidas que serão adotadas de agora em diante para frear essas duas tendências
e evitar uma deterioração mais evidente e problemática para o país.
As falas de Lula, especialmente sobre
a poupança, que dominaram as mídias sociais ontem são perigosas e criam ruído
de curto-prazo. Entretanto, a postura de um Congresso mais “conservador”,
deveria atuar como uma blindagem para este tipo de situação, evitando reações
mais negativas do mercado.
**As análises e
opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
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