Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda respeitando bandas relativamente curtas no âmbito internacional, na ausência de novidades relevantes. O grande tema de curto-prazo continua a ser as discussões em torno do Teto do Endividamento nos EUA.

 

O mercado tem uma tendência a não reagir muito a estas discussões, até os “44 min do segundo tempo”, caso haja sinais concretos de que possa haver um “shutdown” da economia:

 


Conforte comentei ontem, existem teorias de que a extensão do Teto retira um “risco de cauda” do curto-prazo, mas irá ajudar a drenar liquidez no longo-prazo, já que o Tesouro voltará a emitir títulos. Isso poderia ser uma restrição ao bom desempenho dos ativos de risco nas próximas semanas/meses.

 

O artigo a seguir do WSJ resume em que pé estão as negociações: https://www.wsj.com/articles/negotiators-race-to-reach-debt-ceiling-deal-ahead-of-deadline-next-week-9812d03c?mod=itp_wsj&mod=djemITP_h.

 

No Brasil, o otimismo de curto-prazo continua imperando, como escrevi de forma mais detalhada e com alguns interessantes gráficos, aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_dan-kawa-on-twitter-activity-7067616315540221952-Po-t?utm_source=share&utm_medium=member_desktop.

 

Encerro meu comentário com a seguinte mensagem: “O movimento não será linear. Teremos volatilidade. O cenário externo importa. Contudo, o mercado local vem apresentando impulso relevante com as mudanças de perspectiva de juros, além da redução dos "riscos de cauda" em relação ao fiscal (mesmo que, aqui, os avanços fiscais também não sejam perfeito).       

 

Ao longo da semana tive a oportunidade de conversar com diversos gestores locais. Seguem aqui impressões superficiais e resumidas:

 

Fundos Multimercado Macro – Não há nenhum fundo com posições relevantes direcionais no “kit Brasil”. Esta classe está apresentando enorme dificuldade em apresentar bom desempenho neste rally recente. Há algum debate em torno de adicionar posições mais construtivas com Brasil, em alguns casos.

 

Fundos Multimercado Equity Hedge – Conseguiram se favorecer este mês da recuperação da bolsa. Estão com carteiras com mais “beta” e mais “cíclicos locais”, o que ajudou bastante este mês. Ainda estão “devendo” desempenho no ano, mas apresentaram boa recuperação em maio. Há algum ímpeto para redução tática de posição após a melhora recente, mas mantendo algum direcional e “beta” exposto.

 

Fundos de Ações – A maior parte destes fundos continua com carteira com maior exposição a “cíclicos locais” e “bond like stocks”. A queda das taxas futuras de juros e a alta do “small caps” ajudou bastante esta classe de ativo em maio. Muito fundos com altas relevantes e já acima do Ibovespa no mês e no ano.

 

Fundos de Crédito HG – Os resgates estão mais estáveis. Isso tem favorecido um fechamento de taxa de alguns papéis e favorecendo um desempenho mais positivo para a classe nas últimas semanas, após quase 3 meses de performance abaixo do CDI e forte fluxo de saída. Não há, por ora, sinais de alguma nova “baleia boiando”. A perspectiva de queda da Taxa Selic reduz drasticamente os riscos para alguns setores e empresas.

 

**As análises e opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

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