Daily News – Cenário Desafiador

A quinta-feira foi de forte recuperação dos ativos de risco. Hoje pela manhã, exceto por um movimento de dólar forte no mundo, os mercados operam próximos a estabilidade. Ainda não acredito que estamos “out of the woods”. Ainda espero volatilidade ao longo deste final de ano e não descarto novas rodadas de queda nos ativos de risco.

 

Falando em Dólar, destaque absoluto para a depreciação da Lira Turca (TRY) que continua em sua trajetória parabólica de queda.

 

O fluxo para fundos de ativos de renda fixa dedicados a países emergentes mostra clara tendência de saída de recursos, o que será um “vento contrário” para o desempenho da classe nas próximas semanas:



 

Na China, o Caixin Services PMI apresentou queda em novembro, apontando para uma economia doméstica que ainda enfrente enormes desafios.  O país está administrando um novo surto de Covid e o mercado imobiliário, a despeito de leve melhora sazonal, ainda apresenta uma atividade muito abaixo dos anos anteriores:





 

No Brasil, a aprovação da PEC dos Precatórios retira um “risco de cauda” do horizonte, mas certamente não endereça todos os problemas do país. O bom desempenho dos ativos locais, a meu ver, nos últimos dias, retrata uma compressão de prêmios de risco que pareciam excessivos.

 

O PIB do 3Q apresentou queda, liderado pelo setor agrícola. Contudo, há claros sinais de desaceleração do crescimento nos indicadores de alta frequência locais: https://twitter.com/DanKawa2/status/1466431362269913099?s=20.

 

A combinação de inflação elevada e crescimento baixo ainda deve marcado o biênio de 2022-2023, perfazendo um ambiente bastante desafiador para o país: https://twitter.com/DanKawa2/status/1466473180785225731?s=20.

 

Na África do Sul, estamos observando o número de novos casos de Covid se multiplicares a taxas exponenciais. A princípio, a Omicron parece ser muito mais contagiosa e gerar uma “evasão imune” naqueles que já foram contaminados. A Europa e os EUA também convivem com uma nova onda da pandemia.

 

O mundo parece ter aprendido a lidar com o vírus, mas certamente teremos impactos, mesmo que pontuais, no crescimento e na inflação.

 

O Fed, nos EUA, vem elevando o tom do seu discurso e apontando para necessidade de aceleração do processo de redução do QE, seu potencial em encerramento no final do 1Q22 e posterior alta de juros.

 

Vejo este pano de fundo, no geral, como mais instável e desafiador para os ativos de risco.

 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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