Daily News – Boa Hora para Aposentar
Os ativos de risco estão apresentando recuperação, após uma terça-feira de aversão a risco. O destaque de ontem ficou por conta das firmes declarações de Powell, presidente do Fed, em relação a inflação e a possibilidade de aceleração do processo de retirada de liquidez da economia:
Segundo Powell: IT'S A GOOD TIME
TO RETIRE 'TRANSITORY' FOR INFLATION
A fala de Powell, aposentando o termo
“transitório” como adjetivo para a inflação foi um sinal claro de apoio a uma
aceleração do processo de redução do QE e potencial antecipação da alta do “timing”
para alta de juros:
No Brasil, destaque para o avanço da
PEC das Precatórios na CCJ do Senado e a possibilidade de aprovação da PEC ainda
hoje no plenário. A despeito de não ser um caminho positivo, este é visto hoje
como o “menos negativo” e pode acabar tirando um “risco de cauda” da frente do
cenário local.
Importante frisar as minhas reflexões
em relação a Omicron e ao cenário econômico global:
• Primeiro, no tocante a questão
sanitária, a nova variante, Omicron, é apenas mais um capítulo do que o mundo
vem convivendo e administrando há quase 2 anos. Independente da eficácia das
vacinas, no pior dos casos, teremos mais uma “onda” pandêmica.
• Claramente não podemos minimizar
os custos sociais e econômicos dessa situação, mas a sociedade vem aprendendo a
lidar de forma cada vez melhor a cada nova “onda” da pandemia.
• Assim, não sendo uma variante mais
agressiva e letal, devemos ver uma situação de curto-prazo muito semelhante
àquelas verificadas anteriormente:
• Iremos conviver com cerca de 2 a 8
semanas de notícias ruins. Aumento do número de casos, hospitalizações e
óbitos, com posterior arrefecimento desta situação.
• Isso deve causar impacto pontual e
localizado no crescimento, de forma heterogenia entre setores da economia e
regiões do mundo.
• Isso, por si só, deveria retirar
“risco de cauda”, passado o pânico inicial dos mercados.
• Contudo, “nem tudo são flores”. A
Omicron surge em um ambiente global mais desafiador, onde observamos:
• Inflação mais alta no mundo,
retirada de liquidez por parte dos bancos centrais, sinais de desaceleração na
Europa e um crescimento estrutural mais brando na China (ainda sem solução de
seus problemas no mercado imobiliário).
• Neste contexto, sigo com a visão
de que não é o momento para pânico devido a pandemia, mas precisamos nos manter
alertas dado o contexto em que estamos inseridos do ponto de vista econômico e
para os ativos de risco.
• De maneira alguma quero minimizar
os riscos e os desafios sociais de uma nova variante, mas temos que manter os
“pés no chão” quando fazemos o link entre situação sanitária, economia e
mercados.
• Reforço que não sou especialista
no tema e as opiniões aqui descritas são baseadas em informações da grande
mídia.
Tanto no Brasil, quanto nos EUA, há
sinais iniciais de que a BlackFriday desapontou as expectativas.
Na Ásia, antes da nova onda
pandêmica, havia sinais incipientes de estabilização do crescimento:
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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