Daily News – Pandemia vs Liquidez
Os ativos de risco estão apresentando recuperação, após uma primeira semana do ano bastante conturbada.
Os membros do Fed continuam adotando
uma postura e sinalização muito mais “hawkish” do que há pouco tempo, o que mostra
disposição em atuar de maneira mais incisiva no combate a inflação. O Core CPI,
a ser divulgado na quarta-feira, será fundamental para a dinâmica de mercado de
curto-prazo.
Na Europa, o CPI da Holanda
apresentou a maior alta da história, confirmando o cenário mais desafiador no
mundo para inflação. Mesmo que parte dessa inflação seja transitória, uma outra
parte, não desprezível, pode ser um problema para a economia:
No Reino Unido, país que está mais
avançado no ciclo da Omicron, a vacina e as características desta cepa, fazem
com que a necessidade de ventilação mecânica seja mínima:
O caso da África do Sul e do Reino
Unido (e de Nova York) me levam a crer que este ciclo da pandemia leva entre 4
a 6 semanas para fazer o seu pico em relação ao número de novos casos, e depois
recuam drasticamente:
Devido ao avanço da vacinação e das
características desta cepa, os casos tendem a ser mais brandas, não sobrecarregando,
no geral, o sistema de saúde.
O problema é que, como o número de
casos é nominalmente muito grande, ela gera escassez de mão de obra em alguns
setores, por algum tempo, até a situação se normalizar. No geral, mantenho minha
visão de que o impacto no crescimento tende a ser pontual e transitório, mas a
inflação pode sentir impactos maiores e mais permanentes.
Um caso específico é o da China, que
com sua política de Covid Zero terá enormes desafios para conter a Omicron.
Continuo vendo a inflação no mundo e
o cenário para liquidez como o principal tema de mercado este começo de ano.
No Brasil, o PT optou por manter
retórica a esquerda neste início de campanha. Acredito que este posicionamento,
estrategicamente, faz sentido. Ele ajuda a pressionar negativamente o mercado à
medida que Lula lidera as pesquisas. Esse posicionamento ajuda a pressionar os
ativos locais e a aquecer sua base de 25%-30%.
Com a economia em dificuldades e o mercado
ruim, Lula pode jogar a culpa no atual governo. Não é de seu interesse, neste
momento, se mover ao centro. Uma vez no segundo turno, ou eleito, com o mercado
“amassado” e a economia em situação delicada, ele seria obrigado a caminhar
mais ao centro, como fez em seu primeiro mandato. Será?
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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