Cenário Sem Alteração

O cenário econômico global continua a de desenhar em linha com aquele que descrevi no início deste mês, em nossa apresentação mensal.

Para quem não teve a oportunidade, aproveito para repostar aqui a apresentação: https://www.youtube.com/watch?v=f-ogW02chfo&t=31s.


Resumidamente, porém, temos: Uma inflação mais alta no mundo (em especial, nos EUA) levando a um processo de normalização monetárias (leia-se retirada de liquidez) que vem afetando o humor o fluxo para os ativos de risco.

 

O movimento é mais intenso nos EUA, que acabou sendo o mais favorecido pela política monetária do Fed em 2020/2021 e agora, com as perspectivas de mudança de cenário e redução de liquidez, acaba sendo um dos mais afetados.

 

Interessante notar que ações/empresas tidas como “vencedoras” na pandemia, começam a enfrentar a realidade da normalização. Vejam o preço das ações de Peloton e Netflix.

 

Há sinais de desaceleração pontual da atividade econômica na Europa e nos EUA. Parte pode ser atribuída a Omicron, mas já existe a percepção que parte da desaceleração pode ser uma maturação natural do ciclo econômico.


A situação entre Rússia e Ucrânia apresenta deterioração grave nos últimos dias e merece atenção especial no curto-prazo. Qualquer medidas mais drástica por parte da Rússia, pode piorar ainda mais a equação de crescimento e inflação através de preços de petróleo e gás natural mais elevados (mais inflação, menos crescimento, via choque de oferta).

 

Na China, o país terá um enorme obstáculo a superar com o evidente espalhamento da Omicron no país. A política de Covid Zero é um risco ao crescimento neste primeiro trimestre do ano. O PBoC vem anunciando cortes de juros ao longo da semana.

 

A medida é positiva, mas ainda insuficiente para alterar significativamente o cenário para o crescimento do país.

 

No Brasil, também tratado no vídeo acima, a pressão por mais gastos públicos, seja com reajuste ao funcionalismo ou com a redução de preço de energia, continua intensa.

 

Os mercados locais apresentaram evidente recuperação este começo de ano, no que vejo como um movimento claramente técnico. Ao que parece, o mercado está mais balanceado (menos resgates nos fundos de ações) e o investidor estrangeiro está embarcando no “play” de ações cíclicas (commodities) e aportando no mercado local, de forma agressiva, neste começo de ano.

 

Sigo com visão cautelosa para o curto-prazo, mas a vol recente deve ser usada para ajustar as proteções do portfólio internacional.

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