Brasil - Uma Pitada de Otimismo
By Dan Kawa
O Brasil não é perfeito e nunca será. Temos nossos diversos problemas, mas algumas qualidades.
Em momentos como o atual, parte dessas qualidades podem ser suficientes para sustentar movimentos de apreciação dos ativos locais.
O jogo dos investimentos é um jogo de valor relativo e absoluto.
É também um jogo de expectativas versus precificação. A posição técnica conta, e muito!
Como vejo o Brasil hoje?
- Valuations baratos, especialmente na bolsa, mas também na curva longa de juros;
- Posição técnica saudável. Poucas alocações de fundos multimercados, estrangeiros, pessoa física e institucionais na bolsa;
- Um crescimento absoluto e relativo que se destaca no mundo;
- Uma inflação cadente, uma das poucas no mundo;
- O ciclo de política monetária avançado e já encerrado, por ora;
- Uma situação fiscal corrente robusta;
- Contas externas saudáveis;
- Não temos problemas no setor de energia;
- Somos exportadores de commodities, que hoje são escassas no mundo;
- Não temos guerra.
Bom, nem tudo são flores. Há um risco e um debate de qual será o novo governo eleito e qual será a nova ancora fiscal do país, já que o Teto de Gastos está fadado a cair.
As eleições deste domingo elegeram um Congresso claramente mais ao Centro-Direita, liberal na economia e conservador nos costumes.
A mesma tendência foi vista nos governos estaduais.
A composição deste Congresso e os movimentos de apoio ao pleito presidencial que estão sendo feitos para o segundo turno mostram que ambos os candidatos estão caminhando ao centro, em uma tentativa de "distencionar" o debate social e econômico.
Acredito que a probabilidade de "eventos de cauda" ou "agendas extremistas" no tocante a economia se reduziram consideravelmente.
Isso quer dizer que iremos aprovar todas as reformas e vamos virar um país desenvolvido (não que isso seja uma qualidade atualmente)?
Mas é claro que não...Veremos avanços em algumas frentes, retrocessos em outras, e continuaremos sendo o Brasil de sempre.
O que importa é que o mercado precificou um cenário de catástrofe no país, os investidores "fugiram" e os ativos locais ficaram "largados" e "baratos".
A simples eliminação dos "riscos de cauda" podem ser o impulso que precisava para nos destacarmos no cenário internacional.
O caminho será longo e tortuoso, mas os primeiros passos foram dados.
*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.
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