Trump to the world: Winning!

Os ativos de risco apresentaram ontem um dia de "risk-on" clássico, com desempenho positivo de praticamente todas das classes de ativos (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/no-news-still-good-news-for-markets.html). O movimento acabou sendo acentuado no final da tarde, após os EUA e a Europa anunciarem uma trégua na "Guerra Comercial" e um pré-acordo para melhorar as relações comerciais entre ambos,  buscando o diálogo com o intuito de um comércio bilateral com menos barreiras.

Tentando não tomar partido de nenhum lado, mas temos que admitir que o avanço da agenda de Trump nos EUA o coloca em situação bastante positiva para os "mid term elections", a despeito de todos os ruídos e críticas envolvendo sua administração. Trump tem conseguido entregar parte relevante da agenda que prometeu em sua campanha.

No inicio da noite, o Facebook anunciou seu resultado trimestral, mostrando um crescimento abaixo do esperado no "Daily Average Users (DAU), margem mais baixa e aumento dos custos, basicamente com forte alta da força de trabalho. Além disso, na conferência após o resultado, os executivos da empresa sinalizaram para um ambiente mais hostil para a rentabilidade da empresa nos próximos trimestres, com crescimento mais brando e margens mais apertadas. A ação caiu cerca de 20% no after-market. Por ser umas das 5 maiores empresas em market-cap nos principais índices de bolsa dos EUA (S&P500 e Nasdaq) a direção da ação hoje pode ter impacto relevante no mercado.

Os ativos na China voltaram a apresentar desempenho negativo esta noite, com depreciação da moeda e queda nas bolsas. Aliado ao resultado do Facebook, estes movimentos estão favorecendo uma abertura mais negativa dos ativos de risco esta manhã. Em relação a China, o governo continua anunciando medidas amplas de afrouxamento monetário e fiscal. Continuo bastante impressionado com a magnitude e a amplitude das medidas. Não me recorde de momento no passado recente em que os policy makers adotaram tantas medidas ao mesmo tempo, de escopos tão amplos, com o intuito de suavizar a desaceleração da economia e os problemas no âmbito financeiro. Vejo isso de duas maneiras. Primeiro, as medidas deveriam ser bem sucedidas em dar algum suporte a economia, como sempre foram no passado, com o sucesso do governo em manter a economia e o crescimento relativamente estáveis. Contudo, a série de medidas pode estar mostrando algum desespero por parte do governo e sinalizando que a situação pode ser um pouco mais grave do que o imaginado. Continuo vendo a China como um dos grandes riscos ao cenário econômico e a estabilidade financeira global e os sinais de fragilidade continuam.

No Brasil, os ativos locais seguiram basicamente o humor global a risco. Acredito que cerca de 90% do movimento dos ativos locais nos últimos dias seja explicado pela melhora no ambiente global. É bem verdade que o quadro político pode ter ajudado o movimento, mas olhando em termos relativos a seus pares vemos que parte relevante da recuperação dos ativos locais pode ser explicado pelo cenário externo. Continuo vendo poucas mudanças no cenário local.

Na agenda do dia, destaque para a decisão de política monetária do ECB na Europa, para o Jobless Claims e o Durable Goods nos EUA.

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