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Mostrando postagens de setembro, 2021

Daily News – China, Energia e Inflação.

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Os ativos de risco estão apresentando recuperação essa manhã. Continuo esperando um mercado bastante volátil dado a baixa visibilidade do cenário econômico global e as diversas variáveis que se colocam a nossa frente. O destaque da noite ficou para o PMI da China.   O número de setembro apresentou forte recuperação do setor de Serviços, refletindo a reabertura da economia após casos pontuais e localizados de “lockdowns” devido a algumas pequenas “ondas” da pandemia:   Já o setor de Manufaturas, apresentou mais um mês de queda, impactado pela crise da Evergrande e pela crise energética. Devido a data de coleta da pesquisa, nem todo impacto desses dois vetores parece estar refletido no indicador e podemos ter impactos mais acentuados nos próximos meses:   A Evergrande anunciou que pagou 10% de parte de seus WMP no dia de hoje. Contudo, isso não resolve estruturalmente os US$300bi de dívida no balanço e cerca de US$150bi fora de seu balanço: https://twitter.com/DanKawa2/status

Daily News – Baixa Visibilidade. Brasil em Foco.

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As bolsas globais estão apresentando recuperação, após uma terça-feira de forte pressão. Contudo, ainda há sinais negativos, com queda nas commodities e um dólar forte no mundo.   Nenhum dos temas que tenho alertado neste fórum nas últimas semanas foram estruturalmente endereçados. Tampouco houve uma deterioração no preço dos ativos a ponto de trazer prêmios de risco que justifiquem (ou precifiquem) o aumento recente dos riscos e a baixa visibilidade do cenário.   Reforço que há muitos anos não vejo um cenário tão desafiador, com tantas variáveis diferentes e com baixíssima visibilidade. Assim, ainda espero volatilidade e mantenho um viés mais cauteloso e negativo de curto-prazo.   No Brasil, o Governo Central apresentou déficit primário (R$9.9bi) abaixo das expectativas (R$15bi) em agosto, mas isso não altera os desafios que ainda existem para as contas públicas nos próximos meses.   As receitas ficaram dentro do esperado e foram ajudadas por cerca de R$6bi de dividend

Daily News – Choques: Energia, Juros, Inflação & Crescimento

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Com os juros de 10 anos nos EUA superando o patamar psicológico de 1,50%, a manhã está sendo de aversão a risco nos mercados, com queda das bolsas, commodities e Cryptos, além de dólar forte no mundo.   Gradually, Then Suddenly, os juros voltaram a abrir taxas no mundo desenvolvido:   Estamos entrando em uma fase do ciclo, ou de narrativa do mercado, em que temos sinais de menos crescimento e mais inflação no mundo, um dos cenários mais desafiadores – para não dizer negativos – para ativos de risco em geral.   Ainda não há sinais de como o problema da Evergrande irá ser endereçado na China, assim como a crise energética continua a piorar, o que pode tirar perto de 1% do PIB nos próximos meses:   Na Europa, a crise de energia também é grave e passa a ser um problema concreto para o cenário. O gráfico dos futuros de Coal (Carvão) no Reino Unido vão de encontro ao título do Mercados Globais de ontem: Gradually, Then Suddenly ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2021/09/d

Daily News – Gradually, then Suddenly?

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Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom misto, com bolsas em alta nos EUA e Europa, mas com movimentos mistos na Ásia; movimentos menos direcionais no mercado de commodities (alta no Petróleo, queda no Cobre, por exemplo) e câmbio.   O mercado de juros nos EUA segue em tendência de abertura de taxas e merece atenção especial, com a Treasury 10 anos próxima dos 1,50%.   No Podcast desta semana falei um pouco mais sobre minha visão de cenário econômico e do aumento dos riscos de curto-prazo: https://anchor.fm/tag-investimentos/episodes/25092021---Cenrio--por-Dan-Kawa-TAG-Investimentos-e17u61b .   Há alguns anos não vejo um cenário internacional tão desafiador e, de certa forma, confuso, com tantas variáveis, como estou observando neste momento.   Na semana passada, promovemos algumas alterações em nossas alocações offshore de Renda Variável, reduzindo alocação em Europa e Emergentes. Já estávamos abaixo da média (-1) em bolsa nos EUA:   Já há sinais, ainda mu

Daily News – Cautela

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A noite foi de queda das bolsas asiáticas, o que está colocando alguma pressão nos índices futuros nos EUA e na Europa essa manhã.   Ontem comentei sobre os eventos de quinta-feira, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1441139859519721478?s=20 .   Na China, não há ainda sinais de que o problema da Evergrande está perto de ser equacionado de maneira estrutural. Interessante observar que os indicadores de alta frequência do mercado imobiliário mostram forte desaceleração:   Isso terá impacto não desprezível sobre o crescimento do país e do mundo, em algum momento. Quanto mais tempo levar para essa questão ser solucionada ou endereçada, maior o impacto no crescimento global.   Este continua sendo o maior risco para os mercados e deverá continuar em vidência.   Este cenário já afeta de maneira mais clara o fluxo para ativos de renda fixa dedicados aos países emergentes, que tiveram a semana de maior fluxo de saída de recursos em alguns meses:   Na Alemanha, o I

Daily News – Crescimento: Desaceleração cíclica ou estrutural?

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Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento de recuperação verificado ao longo da quarta-feira.   No Brasil, como era esperado, o Copom anunciou uma alta de 100bps na Taxa Selic para 6,25% e manteve um discurso sinalizando para a manutenção deste ritmo de alta de juros e uma taxa terminal restritiva visando levar a inflação para a meta. Ainda espero uma taxa terminal na ordem de 8,5%-9,0% no início de 2022.   A solução dos Precatórios ajuda a tirar um pouco do prêmio de risco dos ativos locais, mas ainda precisamos lidar com a crise hídrica e a inflação elevada.   Na Europa, o PMI de agosto apresentou quedas acima das expectativas do mercado, apontando para uma desaceleração da economia:   Uma acomodação do crescimento, para patamares ainda saudáveis, é natural e esperado após a alta quase que ininterrupta que vimos após a primeira onda da pandemia em março-abril do ano passado. Resta a dúvida de qual será a intensidade, magnitude e duração desta acomodação

Daily News – China: Atenção aos Detalhes!

Os ativos de risco estão apresentando recuperação após a mídia reportar que a principal subsidiaria da Evergrande irá efetuar o pagamento do coupon de uma de suas dívidas locais programado para essa quinta-feira. O dia foi de forte alta para as commodities metálicas na China.   Não acredito que esse seja o final da história e que o problema tenha sido estruturalmente endereçado.   Parece que a negociação para este pagamento foi feita “over-the-counter” e não há muitas informações adicionais sobre o tema. A Evergrande está negociando com fornecedores e prestadores de serviço o pagamento através de imóveis inacabados, em muitos casos.   The filing said that the interest payment of 20 恒大 04 “has been resolved via negotiations off the clearing house", which has triggered speculation that #Evergrande struck a deal with noteholders to postpone interest payments without having to label the move a default.   A despeito da alta dos futuros de índice nos EUA e das bolsas n

Daily News – Recuperação. Cautela ainda é necessária.

A noite foi de leve recuperação das bolsas na Ásia, mas os mercados na Europa e EUA estão mostrando recuperação com maior ímpeto, neste momento.   Costuma ser natural em momento de maior volatilidade dos mercados movimento bruscos, de alta e de queda. Assim, ainda me parece cedo para “cantar vitória” em relação a este espasmo de volatilidade que estamos vivenciando.   Sem um endereçamento mais claro do problema com a Evergrande na China, o mercado continuará com a “espada na cabeça” em relação ao risco de contágio. Se tivermos um sinal mais claro de como o governo irá tratar o problema e evitar que a crise se espalhe pela economia, aí sim podemos dar esta questão como superada.   Ainda não vi nenhum sinal ou rumor de que a existe um caminho traçado, disposição política e capacidade de execução de uma solução para o problema e o risco de contágio.   Na China, a situação ainda me parece longe de estabilizada e outras empresas entram no radar do mercado, como o caso da Sin

Daily News – Risk-Off! China em Foco.

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A semana está se iniciando em tom negativo. Após quedas em torno de 3% das bolsas da Ásia, estamos amanhecendo com forte queda das bolsas da Europa e EUA, pressão nas commodities metálicas não preciosas, dólar forte e fechamento de taxa de juros. As cryptos também apresentam quedas relevantes.   No final de semana fiz um apanhado geral mais profundo do que está ocorrendo na China e qual a minha visão sobre o tema. Vale a leitura: https://mercadosglobais.blogspot.com/2021/09/china-tudo-que-voce-precisa-saber.html .   O que estamos observando nos últimos dias são sinais preocupantes de contágio da situação da Evergrande para outras empresas do setor na China:   Chinese property developer # Sinic Holdings reportedly plans a pay cut for all employees working at the headquarter and those at Vice President level or above will see 70% pay cut, according to Chinese news outlet The Paper.   A situação ainda é tensa e incerta. Essa semana, alguns coupons de dívida offshore preci

China: Tudo que você precisa saber!

Vou tentar resumir minha visão sobre os últimos eventos na China.   Problema: Evergrande é a segunda maior empresa imobiliária (Real Estate – RE) do país, com dívidas diretas e reconhecidas da ordem de US$300bi. Aqui, não sabemos ao certo as dívidas “por fora do balanço”, nem o quanto a empresa deve a fornecedores e prestadores de serviço.   Medidas recentes do governo chinês, visando reduzir a alavancagem da economia e “enquadrar” empresas muita alavancadas, levaram a uma situação de rápida deterioração das condições financeiras da Evergrande (aqui estou evitando, intencionalmente, me aprofundar nas especificidades e profundidade das medidas).   A empresa viu uma queda de cerca de 85% de suas ações e sua dívida, que era líquida no mercado internacional, opera a 25% do valor de face. Estes níveis são considerados de “recovery value”, quando uma empresa “quebra” e precisa passar por um processo de reestruturação ou desmembramento. Na média, os credores recuperam cerca de 25