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Mostrando postagens de julho, 2014

Férias

Estou entrando de férias hoje e ficarei com acesso mais limitado ao dia-a-dia dos mercados. As atualizações do blog podem se tornar mais esporádicas durante este período, mas tentarei manter algum tipo de periodicidade nas visões econômica e de mercado.

Dados EUA

- O  Employment Cost Index  apresentou robusta alta de 0,7% QoQ no 2Q, acima das expectativas de 0,5% QoQ. Foi a maior alta de “ salaries and wages ” desde 2008. Este é um dos indicadores mais importantes citados por Yellen nos últimos meses. Será difícil dar qualquer tipo de “ play down ” nesta alta; - O  Jobless Claims  apresentou alta de 279k para 302k na última semana, dentro das expectativas do mercado. A simples manutenção do Jobless nos atuais patamares, os menores desde a “grande exuberância” da economia em 2006/2007, já é um sinal de robustez da  economia . Os números de hoje devem dar ímpeto ao movimento que teve início nos últimos dias. Ratifico minha visão de alta gradual das taxas de juros nos EUA, dando suporte ao USD no mundo. O cenário começa a se tornar muito mais desafiador para os ativos emergentes em geral. Ainda gosto bastante de posições tomados em juros EUA, mas alongaria um pouco a   duration . O USD está rompendo níveis importantes e o mercado me parec

Mudança de cenário?

Os ativos de risco tiveram a noite para digerir as informação trazidas ontem pelo ADP Employment, PIB e FOMC nos EUA. Ratifico minha visão de que estamos migrando para um cenário de aceleração da economia americana, onde a solidez do crescimento irá levar o Fed a alterar, gradativamente, sua postura. Hoje pela manhã, estamos vendo uma realização de lucros nas bolsas globais, com os juros nos EUA ainda sofrendo pressões altistas e o USD forte ao redor do mundo. Na agenda do dia, destaque para o Jobless Claims e Chicago PMI nos EUA. No Brasil, o foco ficará por conta dos dados fiscais. Acredito que o comunicado do FOMC de ontem ratifica o pano de fundo de que o Fed pretende seguir o cenário econômico para determinar os seus próximos passos. Assim, números de emprego, crescimento e inflação mais fortes, como os verificados nos últimos meses, devem ser um guia mais preciso das próximas decisões do Fed e para a movimentação do mercado.  O acumulo de dados econômicos positivos deve

FOMC

No comunicado do FOMC de logo mais, acho que a mensagem que irá prevalecer será uma mensagem de gradualismo, na linha daquela apresentada por Yellen no Congresso. Contudo, acredito que haja espaço para algumas alterações no comunicado: -       “Labor market indicators generally showed further improvement. The unemployment rate, though lower, remains elevated.” -       “…labor market conditions will continue to improve gradually, moving toward those the Committee judges consistent with its dual mandate” Estes dois trechos acima poderiam ser alterados para uma mensagem um pouco mais otimista. Não costuma ser do feitio deste Fed, liderado por Yellen, sinalizações muito duras. Contudo, se optarem pela frase dita por Yellen no Congresso, será visto como uma mensagem hawkish : “If the labour market continues to improve more quickly than anticipated   .   .   .   then increases in the federal funds rate target likely would occur sooner and be more rapid than currently envisioned.”

ADP Employment, PIB e Mercados

EUA - O ADP Employment apresentou alta de 218k, mantendo a média móvel de 3 meses em torno de 225k, mesmo patamar do Payroll. O PIB apresentou positiva alta de 4% no 2Q, com o 1Q sendo revisado de -2.9% para -2.1%. Os números não foram excepcionais, mas claramente positivos. Podemos concluir que a economia americana está em um claro processo de saudável recuperação. Acho que está ficando cada vez mais difícil o Fed não apontar isso em seu comunicado e em seus discursos. Brasil – O IGP-M de julho apresentou queda de 0.61% MoM, abaixo das expectativas de queda de 0.50%. Assim, a alta em 12 meses saiu de 6.24% para 5.32%. O IPC caiu de 0.34% para 0.15%, em linha com os 0.17% do IPCA-15, e em linha com os números mais brandos dos IPC-S nas últimas semanas. O IPA subiu de -1.44% para -1.11%, com os Agrícolas passando de -3.73% para -2.66% e os Industriais saindo de -0.55% para -0.53%. O número confirma que o BCB terá uma janela mais positiva de inflação no curto-prazo, que além do efei

Rússia

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O mercado vem ignorando os últimos acontecimentos na Rússia, mas a ausência de uma solução concreta pode acabar trazendo ruídos de curto-prazo ao cenário. Segue artigo do WSJ sobre o tema: Europe, U.S. Significantly Expand Sanctions Against Russian Economy Many Western Officials Don't Expect Putin to Withdraw Support of Pro-Russia Rebels in Ukraine The U.S. and the  European Union  adopted sweeping economic sanctions against Russia on Tuesday to punish Moscow's unbending stance in the Ukraine conflict. The question for the West now is whether the move will make Russian President Vladimir Putin  more cooperative or prompt him to dig in. The trade and investment restrictions that EU governments, after much agonizing, agreed upon mark a major escalation of sanctions against Russia, which so far have been mostly token measures targeting individuals. New measures hitting Russia's banks, oil industry and military could increase financial st

Dia mais importante dos últimos meses

Na minha visão, hoje será o dia mais importante para os mercados globais dos últimos 3 a 4 meses. Com os ativos de risco em níveis técnicos decisivos, e com os fundamentos econômicos migrando para confirmar a solidez da economia norte americana, o ADP Employment, PIB, e FOMC, todos nos EUA, podem definir o rompimento dos atuais níveis dos mercados, trazendo um período de maior volatilidade e realização de lucros. Caso este cenário não seja verificado, teremos a confirmação dos  ranges  que vem sendo respeitados desde o início do ano.  Brasil -   Os ativos locais não estarão imunes ao cenário externo. Contudo, a pesquisa Ibope que será feita em 5 importantes estados do país, pode trazer algum tipo de diferenciação para os ativos brasileiros. De qualquer maneira, até que tenhamos algum "fato novo" nas eleições, os ativos locais devem seguir o humor global a risco. Artigo de Cristiano Romero no Valor de hoje descreve a arapuca que o BCB se colocou nos últimos meses, mas con

Rússia

Apesar do mercado estar, por hora, ignorando os últimos acontecimentos na Rússia, a situação no país continua tensa e sem solução em vista. A mídia tem falado em novas sanções econômicas ao país que, se anunciadas, podem gerar retaliações por parte da Rússia. Acredito que devemos manter uma atenção especial a situação, pois pode gerar ruídos pontuais nos ativos de risco. Segue comentário do MS sobre o tema: Level 3 sanctions:  Media reports suggest that we will soon see an EU ban on debt and equity-raising for Russian state banks, and restrictions on the sale of oilfield and defence technologies.  We also expect further US sanctions to match (and maybe exceed) the EU sanctions.   Crunch time:  Broad sanctions on Russia look likely to be imposed by the EU and US shortly, while the separatist movement in Donetsk and Luhansk, which Mr Putin says that he respects, has lost control of a number of towns to the Ukrainian armed forces.  We now see Russia’s response as the key to th

A espera do FOMC

Não há muito o que acrescentar hoje pela manhã, já que a agenda econômica só começa a ganhar força hoje, as 11h00, com Consumer Confidence nos EUA. No Brasil, teremos os dados de crédito como destaque. Hoje pela manhã, as bolsa da Europa apresentam pequena recuperação, após a realização de lucros verificada ontem. As bolsas da China continuam performando positivamente, o que vem dando suporte aos demais mercados na Ásia e nos Emergentes em geral. Contudo, o mercado de renda fixa e câmbio parece atento as eventuais alterações de cenário que os números econômicos nos EUA e a reunião do FOMC podem trazer. O USD opera em alta desde ontem, especialmente contra EM, ao mesmo tempo em que a parte curta da curva de juros nos EUA testa os níveis mais altos de taxa desde ciclo recente. Brasil -  Além do cenário externo, a pesquisa Ibope agendada para quarta-feira e a PIM na sexta-feira serão os destaques do dia. Os ativos locais vem mostrando certa robustez nos últimos dias, mesmo diante a c

FOMC será o destaque da semana

A segunda-feira está começando sem tendência definida, mas vale a pena ressaltar alguns movimentos interessantes no mercado. As bolsas da China tiveram mais um dia de forte alta, o que acabou sustentando os mercados na Ásia, e as bolsas EM em geral. Além disso, a curva de juros americana mostra abertura de taxa, com os vértices mais curtos abrindo taxas em proporção maiores do que os vértices mais longos, em mais um movimento de "flattening" da curva. Finalmente, continuamos observando um leve movimento de fortalecimento do USD, por hora, mais concentrado nas  low yields , como o EUR, por exemplo. Como apontamos no texto abaixo, com maiores detalhes, a agenda da semana será essencial para a confirmação, ou não, destes movimentos. Na agenda do dia, destaque para o US Markit Services PMI nos EUA e para o INCC no Brasil. Exceto por ruídos geopolíticos pontuais e localizados, como a crise na Ucrânia e em Israel, que os mercados financeiros tem devidamente ignorado, o cenário

FOMC

Abaixo, segue o último comunicado do FOMC. Acredito que, se alguma alteração for feita, será marginal, mas pode ter grande relevância. Grifei em vermelho os trechos que poderia ser alterados. Na minha visão, se mantiverem o comunicado inalterado, será uma sinalização  dovish , o que ainda me parece ser o cenário base. Contudo, para atender a demanda daqueles membros, que são cada vez em maior número e colocando uma pressão crescente, Yellen pode acabar cedendo alguma alteração no comunicado para manter a decisão unanime. Neste caso, apontaria para a melhora do mercado de trabalho podendo, inclusive, adotar a mesma frase que utilizou no Congresso a duas semanas atrás:  “If the labour market continues to improve more quickly than anticipated . . . then increases in the federal funds rate target likely would occur sooner and be more rapid than currently envisioned.”  Neste caso, o mercado deveria sofrer alguns ajustes, já que os indicadores de emprego seguem mostrando um ambiente favoráv