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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Começo de 2018 deve trazer poucas novidades ao cenário.

Os ativos de risco estão encerrando o ano com a manutenção das principais tendências que prevaleceram durante grande parte de 2017. As bolsas globais estão fechando próximas aos picos deste ciclo econômico (algumas nos picos históricos); o dólar sem tendência global definida, mas com alguns movimentos relevantes, como no caso do  EUR,  que encerra 2017 acima de  1,20 ; e um bom desempenho das commodities, com o  petróleo WTI  superando a barreira de  US$60  neste último dia do ano. Prevaleceu um claro e agressivo movimento de  flattening  da curva de juros nos EUA.  Os ativos brasileiros tiveram um bom desempenho no pregão dos EUA ao longo do dia de hoje. Algumas questões saltam meus olhos. Mesmo depois de toda a melhora verificada na economia do Brasil, a NTN-B 2050, por exemplo, fechou apenas 25bps no ano, e ainda encontra-se próximo a 5,5% de taxa de juros reais. O dólar fechou o ano acima de 3,30 e a bolsa do país, em dólar, ainda encontra-se muito abaixo dos níveis de 2014.

Brasil: De volta aos fundamentos.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, na ausência de mudanças substanciais de cenário. Destaque para a forte alta do petróleo nos últimos dias, com o WTI testando o patamar de US$60. Um misto de demanda global mais aquecida e controle de oferta por parte da OPEP ajudam a explicar o movimento. O MXN é um dos destaques negativos recentes, com forte depreciação. Fundamentos econômicos mais frágeis do que os seus pares emergentes, um quadro político incerto com eleições presidenciais em 2018 e as incertezas que rondam as negociações em torno do NAFTA são os principais vetores para explicar o movimento da moeda. Nem mesmo a atuação mais agressiva do Banxico no mercado de câmbio tem sido suficiente para conter o movimento de depreciação. No Brasil, a terça-feira foi de movimentos positivos para os ativos locais. Passado o debate da reforma da previdência, os investidores voltaram o foco para o cenário cíclico mais positivo da economia, com um quadro técnico mais

Brasil - Curva de Juros.

A curva de juros no Brasil precifica hoje mais uma queda de 22bps na próxima reunião do Copom e uma pequena queda de 7bps na reunião seguinte. Já na reunião do Copom de maio, a curva começa a precificar um processo relativamente agressivo de alta de juros, com  o CDI retornando a 8,15% no começo de 2019 e chegando a acima de 11,5% em 2020. O FRA de 2019 embute taxa de 9,4%, o FRA de 2020 taxa de 11,2% e o FRA de 2021 taxa de 11,55%. Eu continuo trabalhando com um cenário em que a Taxa Selic cai pelo menos mais 25bps, para 6,75% na próxima reunião do Copom, com probabilidade relevante de quedas adicionais, com o CDI se mantendo entre 6,5% e 7% por um longo período de tempo. Por “longo período de tempo”, no Brasil, leia-se pelo menos até 2019. Após este período, a visibilidade do cenário é mais turva. Todavia, ainda vejo espaço para uma alta muito mais moderada do que nos últimos processos de ajustes altistas de taxas de juros, talvez com um ciclo de alta em torno de 200 a 250bps.

Sem novidades no Natal.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, na ausência de mudanças substanciais de cenário. Destaque apenas para o bom desempenho do CNY, a moeda da China, nos últimos dois dias, com apreciação em torno de 1%. Não vi motivos aparentes para este movimento. A agenda econômica do dia será esvaziada. Espero um mercado sem grandes movimentações, baixa liquidez e com poucas tendências nestes últimos dias do ano. A baixa liquidez, contudo, eventualmente, poderá causar alguns “flash crashes” pontuais, como foi o caso do EUR ontem, que chegou a cair momentaneamente cerca de 2%, para depois voltar a seu patamar anterior sem grandes variações. Mantenho minha visão central de cenário local e externo, amplamente discutida aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/ . No Brasil, ao mesmo tempo em que a mídia coloca Rodrigo Maia como potencial candidato a Presidente da República nas eleições do ano que vem, surgem matérias na mesma mídia em que o acusam de ter recebido

Feliz 2018!

Os Mercados Globais está tirando uma licença paternidade, antes do previsto, e de maneira inesperada, mas com saúde e sem problemas adicionais. Só retornará “a todo vapor”, de maneira diária, após a virada do ano. Aproveito para desejar boas festas e feliz ano novo a todos. A sazonalidade do final de ano e um calendário econômico que apenas ratifica o cenário base que temos descrito neste fórum há algumas semanas ajuda a dar confiança nas posições centrais que temos insistido, mesmo após um período que compreendeu o final de outubro, todo novembro e a primeira metade de setembro, onde observamos e vivenciamos uma forte pressão nos ativos do Brasil e uma baixa reação dos juros nos países de desenvolvidos, especialmente nos EUA, aos evidentes sinais de robustez do crescimento e avanço da Reforma Tributária. Recomendo a lida do link a seguir, onde todos os temas abaixos, entre outros, estão descritos de maneira mais detalhada:  https://mercadosglobais.blogspot.com.br/ . As revers

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Este será o último relatório semanal de 2017. A seguir, segue uma breve retrospectiva do ano e o que esperamos para 2018. Ao longo do próximo ano, vamos seguir acompanhando no detalhe os eventos econômicos e políticos, locais e externos, com o intuito de informa e buscar oportunidades de investimentos para parceiros e clientes. Em nome de toda a equipe de Alocação, Fundo de Fundos e Fundos Multiestratégia, desejo um feliz ano novo! O ano de 2017 foi marcado por uma recuperação sincronizada da economia mundial. Pela primeira vez em muito tempo o crescimento mundial superou as expectativas que vigoravam antes do início do ano, com um grau de sincronização que não ocorria há muitos anos. A inflação mundial continua contida. Os países desenvolvidos, no geral, apresentaram leve aceleração dos indicadores de inflação, enquanto as economias emergentes apresentaram um quadro de relativa tranquilidade no âmbito inflacionário. Este ambiente permitiu que os bancos centrais nas economias desenv

Risk On! Year End Rally...

Os ativos de risco estão operando em tom positivo, em um clássico movimento de “risk-on” e/ou “year end rally”. Meus comentários de ontem, reproduzidos abaixo, seguem pertinentes e atuais. Os jornais de hoje trazem poucas informações novas ao cenário. Na agenda econômica, destaque apenas para os dados de exportação de Singapura. Por ser um país com corrente de comércio elevada e um importante “hub” de tecnologia da Ásia, os números são vistos como uma proxy para o crescimento global. Os dados mostram uma economia mundial ainda bastante robusta e saudável. Não há mudanças substanciais de cenário econômico local e global neste final de ano. Estamos entrando nas últimas duas semanas do ano, geralmente marcadas por uma baixa liquidez e pela continuidade dos movimentos que prevaleceram ao longo de todo o ano que fica para trás. Na ausência de uma agenda econômica mais carregada, ou de eventos políticos que tragam mudanças de cenário, o natural é esperar que tenhamos um pouco de “mais

2017 aproxima-se do fim.

Não há mudanças substanciais de cenário econômico local e global neste final de ano. Estamos entrando nas últimas duas semanas do ano, geralmente marcadas por uma baixa liquidez e pela continuidade dos movimentos que prevaleceram ao longo de todo o ano que fica para trás. Na ausência de uma agenda econômica mais carregada, ou de eventos políticos que tragam mudanças de cenário, o natural é esperar que tenhamos um pouco de “mais do mesmo” em relação ao que prevaleceu ao longo de todo o ano de 2017. Mudanças de posicionamento, rotações e afins deverão esperar o inicio de 2018. No Brasil, acho interessante observar que a mídia tenta manter acesso o debate em torno da Reforma da Previdência, mesmo com o recesso parlamentar que se avizinha. Inclusive, alguns meios de comunicações vincularam matérias mostrando o abismo existente entre a previdência da maior parte da sociedade brasileira se comparada àquela adotada por uma minoria em algumas classes do funcionalismo público. Após um long

Fim de ano traz alguma volatilidade aos ativos de risco.

Ontem observamos um dia de queda das bolsas dos EUA e da Europa. Alguns ruídos envolvendo a aprovação da Reforma Tributária parecem ter dado o tom do final da tarde de quinta-feira. A despeito da queda das bolsas, vimos uma leve abertura das taxas de juros nos EUA e um dólar majoritariamente mais forte no mundo. O movimento me parece ser um processo clássico de realização de lucros, natural nesta fase do ano. Hoje vemos bolsas e commodities em leve alta, pequena abertura das taxas de juros nos EUA e um dólar mais fraco. Em termos econômicos, a quinta-feira trouxe fortes dados de vendas no varejo nos EUA, além de um Jobless Claims em níveis historicamente baixos e condizentes com um mercado de trabalho extremamente robusto. Os números levaram o mercado a uma revisão altista nas previsões do PIB para o 4Q do ano, além de dar ímpeto a tese de continuidade no processo de normalização monetária dos EUA. Na Europa, o ECB manteve a política monetária inalterada, como era amplamen

Mundo cresce com sincronismo. China desacelera como o esperado.

Neste momento, estamos observando uma abertura de taxa das Treasuries nos EUA, que está devolvendo cerca de 60% do movimento de fechamento de taxas verificado ontem. Neste ambiento, o dólar opera majoritariamente em alta. As bolsas e as commodities, no geral, apresentam leve elevação, mas sem movimentos relevantes. Não vi nenhuma novidade para explicar as reversões dos movimentos de ontem, mas também não conclui neste fórum que o Fed havia sido definitivamente dovish em sua reunião. Assim, os movimentos de curto-prazo me parecem mais ruídos. Não vejo alterações significativas de cenário. Ainda trabalho com um cenário base de curto-prazo de crescimento global saudável, inflação gradualmente em alta no mundo desenvolvido e normalização monetária gradual e bem comunicada por parte dos principais bancos centrais das economias avançadas. Este cenário ainda me parece construtivo para ativos de risco no geral, deveria favorecer uma elevação estrutural das taxas de juros das economias ava

Alguns comentários.

Estou fora do RJ, entre reuniões com clientes e eventos de terceiros. Assim, serei mais breve do que eu gostaria nos comentários, mas acho importante falar sobre alguns desenvolvimentos recentes, Primeiro, estive em um evento de um grande banco de investimentos esta manhã. Em uma pesquisa com os participantes, a maioria investidores e empresários de SP, a pesquisa mostrou opiniões bastante divididas em relação a capacidade de Lula disputar ou não as eleições de 2018. Os números ficaram muito próximos a 50%. A grande maioria, contudo, disse ter preocupação elevada com o processo eleitoral e pretende adotar postura mais cautelosa no ano que vem. Acho que a pesquisa é extremamente importante porque explica bem o que está ocorrendo com os ativos brasileiros no curto-prazo, em termos de pressões negativas com a chegada do próximo ano, além de questões mais específicas, como o “shape” steepado da curva de juros. O resultado da pesquisa ainda reforça a minha tese de que a grande surpre

Condições externas favoráveis. Ruídos na Reforma da Previdência prevalecem.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade esta manhã. Destaque para mais um dia de alta no preço do petróleo e para a continuidade de um ambiente relativamente construtivo para os ativos de risco em geral. O destaque da agenda do dia ficará por conta do PPI nos EUA, mas a agenda ganhará corpo ao longo da semana, com Core CPI e FOMC na quarta-feira e reunião do ECB na quinta-feira. No Brasil, a Folha traz reportagem em que afirma que a Reforma da Previdência possa ficar para o início de 2018. Os demais meios de comunicação reportam que o Governo segue em busca dos votos para que a aprovação da Reforma ocorra ainda na semana que vem. Os ruídos envolvendo o tema continuam elevados e os ativos locais devem continuar sensíveis ao tema. Para não soar repetitivo, deixo abaixo meus comentários recentes: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/12/condicoes-externas-seguem-favoraveis.html https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/12/update.html

Condições externas seguem favoráveis. Agenda demanda atenção.

Os ativos no Brasil continuam muito sensíveis aos ruídos envolvendo a Reforma da Previdência. Acredito que a dinâmica deverá continuar assim até que o evento saia da janela do mercado, para o bem ou para o mal. Depois disso, espero que os fundamentos econômicos voltem a ditar o rumo dos ativos brasileiros. De novidade concreta, estamos vendo uma inflação corrente extremamente baixa e perspectivas de inflação ainda baixa para o começo de 2018. O Relatório Focus do BCB reflete um pouco este cenário construtivo para a inflação e para o crescimento. As Notas do Copom, que serão divulgadas amanhã, trarão uma claridade melhor em relação as intensões futuras do banco central. Continuo vendo a Taxa Selic cair a pelo menos 6,75%, com riscos crescentes de uma taxa inferior a essa. Acredito que os juros permanecerão baixos por um tempo prolongado de tempo. No cenário externo, a notícia mais importante do dia, no meu ponto de vista, foi a divulgação dos dados de agregados monetários na Ch

Brasil: Reforma da Previdência apresenta "momento" favorável...

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade esta manhã. Destaque para o lançamento do futuro de Bitcoin na CME, que levou a uma forte alta do ativo em suas primeiras horas de negociação. Na Nova Zelândia, a nomeação de um novo “Governor” para o Banco Central do país foi bem recebido pelo mercado, levando a uma alta superior a 1% no NZD, a moeda do país. A agenda externa será relativamente esvaziada hoje, mas a semana nos resera a divulgação do Core CPI e a decisão do Fed na quarta-feira. Na China, os dados de inflação, o CPI e o PPI, ficara abaixo das expectativas do mercado em novembro. Os números não alteram de forma significativa o cenário econômico para o país. Comentei um pouco mais sobre este cenário no final da semana passada aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/12/update.html . No Brasil, o “momento” em torno da Reforma da Previdência continua positivo, como discorri ontem ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/12/brasil-fluxo-de-not

Brasil: Fluxo de notícias mais positivas.

O final de semana, até o momento, trouxe poucas novidades para o cenário externo, mas alguns desenvolvimentos relevantes para o cenário local. Vale lembrar que continuo acreditando que os fundamentos da economia do Brasil estão se consolidando em trajetória mais positiva. Este pano de fundo deveria manter os ativos locais, a médio-prazo e sem alterações relevantes no cenário externo, de certa forma também em trajetória positiva. Contudo, no curto-prazo, é inegável que os investidores estão de olho no avanço (ou não) da Reforma da Previdência e que os ativos do Brasil irão reagir, mesmo que pontualmente, aos desenvolvimentos nesta frente. Dito isso, o final de semana trouxe notícias mais construtivas. Após o “fechamento de questão” em torno da Reforma por parte do PMDB e do PTB, o PPS anunciou, segundo a mídia, que também votará em bloco pela Reforma. A convenção do PSDB elegeu, como era amplamente esperado, Geraldo Alckmin como presidente do partido. Em seu discurso, Alckmin a

Update

A semana trouxe poucas novidades relevantes para os cenários local e externo. De maneira geral, os dados econômicos seguem corroborando um cenário ainda construtivo e relativamente estável para a economia global. Neste estágio do ciclo econômico, alguma acomodação dos números é natural, como o caso da produção industrial da Alemanha, que caiu pelo segundo mês consecutivo em outubro. Ainda não vejo motivos evidentes para temer uma mudança brusca ou substancial de cenário. Não há apertos consideráveis das condições financeiras, os juros seguem baixos no mundo desenvolvido, os bancos centrais mostram gradualismo no processo de normalização monetária, não há sinais aparentes de uma aceleração mais aguda da inflação no mundo, e etc. Nos EUA, os dados de emprego divulgados hoje reforçaram um quadro de robustez do mercado de trabalho, com uma criação ainda saudável de postos de trabalho, uma taxa de desemprego baixa, porém sem pressões muito preocupantes do lado dos salários. Este co