Sinais que demandam atenção.

Na sexta-feira o PIB dos EUA ficou rigorosamente em linha com as expectativas coletadas pela Bloomberg, porém abaixo do que chegou-se a especular ao longo da semana. A ata em torno de 4% trimestral anualizada foi uma das mais altas para um trimestre desde a crise de 2008. A abertura do indicador mostrou um quadro qualitativo de crescimento saudável e sustentável. o destaque ficou por conta do consumo com a inflação surpreendendo para baixo. De maneira geral, o indicador não altera o cenário de curto-prazo para a economia dos EUA e deve manter o Fed em seu "plano e voo" de normalização monetária, porém sem necessidades de acelerar ou frear este processo no curto-prazo. Ainda podemos esperar um total de 4 altas e 25bps nas taxas de juros ao longo de todo o ano de 2018 e a manutenção do processo de redução do balanço do Fed.

No Brasil, na sexta-feira, o destaque ficou por conta da divulgação de uma pesquisa semanal de intensões eleitorais para presidente da encomendada pela XP Investimentos. A pesquisa mostrou uma alta em torno de 1 a 2pp nas intensões de votos para Geraldo Alckmin, dentro da margem de erro, mas o levando para o patamar em torno de 10%. Este movimento está em linha com o que o mercado imaginou após o anuncio da aliança do Centrão e ajudou um movimento de performance relativa mais positiva dos ativos do Brasil em relação aos seus pares (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/brasil-mudanca-relevante-na-corrida.html). Reforço que, na minha visão, o recente movimento de apreciação dos ativos no Brasil está muito mais ligado ao alívio internacional do que a qualquer mudança no cenário local. Assim, dependendo de como a corrida eleitoral caminhar a partir de agosto poderá ter impacto relevante sobre os preços locais.

Ainda na sexta-feira, o destaque ficou por conta de uma forte queda em alguns índices de bolsas nos EUA. Vejo este movimento como uma reação a divulgação de resultados corporativos abaixo das expectativas (Facebook, Netflix e etc) em meio a um ambiente de estágio final de ciclo econômico nos EUA. A despeito de um crescimento sólido, vemos um hiato do produto fechado, sinais de pleno emprego e acumulo de pressões inflacionárias. Ainda acredito que estamos na fase em que os ativos de risco estão respeitando alguns "ranges". O movimento de sexta-feira nas bolsas dos EUA reforça esta visão, pois muitos desses índices falharam em romper alguns picos históricos. À medida que o ciclo econômico chega ao fim, poderemos ter alguns rompimento para o lado negativo. Contudo ainda não me parece que estamos neste estágio. Ainda podemos esperar incerteza, volatilidade mas que os "ranges" deste ano sejam respeitados.

O final de semana trouxe poucas novidades para este ambiente. Esta manhã, vemos os mercados operando próximos a estabilidade, sem movimentos relevantes neste momento. na China, a moeda voltou a operar sobre pressão (depreciação) e as bolsas em leve queda, mostrando que ainda predomina um cenário de fragilidade no país.

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