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Mostrando postagens de março, 2017

Agenda carregada. Cenário inalterado.

O dia foi de agenda econômica carregada no Brasil , mas sem novidades que alterem o cenário base. Na verdade, os números de hoje apenas corroboram o cenário de uma recuperação extremamente lenta e gradual da economia. A Taxa de Desemprego apresentou mais um mês de elevação em fevereiro, mostrando que o mercado de trabalho ainda demandará tempo para se recuperar, em linha com as nossas expectativas. Observamos alguma recuperação dos rendimentos dos trabalhadores, o que acende uma ponta de esperança para a recuperação deste setor da economia (consumo). O IBC-Br – uma espécie de PIB mensal coletado pelo BCB – apresentou queda de 0,8% YoY, superior às expectativas de queda de 0,5% YoY. O número mostra uma economia fragilizada e coloca um risco baixista para o PIB deste início de ano. Finalmente, a Confiança de Serviços medida pela FGV apresentou alguma melhora em março, o que aponta para uma recuperação da atividade econômica ao longo dos próximos meses. Vale lembrar, contudo,

Crescimento Chinês, Inflação na Europa e TJLP no Brasil.

O Manufacturing PMI Oficial da China subiu de 51,6 para 51,8 pontos em março, levemente acima das expectativas de 51,7 pontos e atingindo o maior patamar desde 2012. O número de hoje confirma o bom momento da economia chinesa e da economia global como um todo, dando ímpeto a visão de “reflation” no mundo, que ainda me parece intacta, mesmo diante dos ruídos em torno da política econômica dos EUA. Na Europa , após números fracos de inflação na Alemanha e Espanha ontem, o CPI da Área do Euro foi confirmado hoje abaixo das expectativas, saindo de 2% YoY para 1,5% YoY, abaixo das expectativas de 1,8% YoY em março. O número de hoje dá fôlego as sinalizações do ECB de que ainda é cedo para mudar a política monetária da região, que deverá permanecer bastante acomodatícia ao longo dos próximos meses. O ciclo econômico que a Área do Euro vivencia hoje ainda me parece bastante distinto daquele apresentado pelos EUA, o que terá reflexos no diferencial de política monetária entre os dois paí

Back in Town!

Após cerca de 10 dias de pausa técnica, retorno a este fórum, primeiro em uma espécie de “ soft return ”, na tentativa de utilizar o final desta semana para colocar o cenário em dia, e iniciar o novo mês já com as pendências resolvidas e um cenário mais robusto definido. Não conseguirei resumir todos os fatos ocorridos neste ínterim, mas tentarei fazer um apanhado geral das coisas. Em meu último comentário antes da parada técnica, no dia 17 de março, afirmei que: Este fórum irá fazer uma parada técnica até começo de abril, mas retorna com as baterias recarregadas no próximo mês. Como último comentário, o dia está sendo de forte pressão na bolsa brasileira, afetada por mais uma operação da polícia federal, que investiga grandes grupos empresariais locais. A pressão sobre o setor de Alimentação/Frigoríficos acabou afetando o humor sobre toda a bolsa local. Acredito que o movimento de hoje seja um ruído pontual, e está criando a possibilidade de uma alocação maior no mercado de r

Brasil: Valor sendo criado no mercado de renda variável.

Este fórum irá fazer uma parada técnica até começo de abril, mas retorna com as baterias recarregadas no próximo mês. Como último comentário, o dia está sendo de forte pressão na bolsa brasileira, afetada por mais uma operação da polícia federal, que investiga grandes grupos empresariais locais. A pressão sobre o setor de Alimentação/Frigoríficos acabou afetando o humor sobre toda a bolsa local. Acredito que o movimento de hoje seja um ruído pontual, e está criando a possibilidade de uma alocação maior no mercado de renda variável. Acredito que o curto-prazo poderá ser mais desafiador e com mais volatilidade, principalmente devido ao debate em torno da Reforma da Previdência. De maneira geral, contudo, ainda vejo um cenário construtivo para o Brasil e para a economia mundial.

Cenário global construtivo. Ruídos no Brasil continuam.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, na ausência de novidades relevantes para o cenário. Ainda vejo um ambiente de crescimento global saudável, inflação ascendente apenas de forma gradual no mundo desenvolvido, o que ajuda os bancos centrais a manter uma liquidez abundante, e um processo de normalização monetária gradual. Os EUA ainda me parecem estar em estágio mais avançado deste ciclo do que as demais economias do mundo desenvolvido. A estabilidade da economia da China também ajuda neste cenário mais construtivo de curto-prazo. Vejo os países emergentes, de maneira geral, com fundamentos mais robustos do que no passado, valuations ainda atrativos e com um pilar importante de sustentação de um crescimento global robusto. No Brasil, segue o cenário construtivo, porém com ruídos em torno da Reforma da Previdência e, consequentemente, no tocante as contas públicas. No Valor Econômico de hoje, um artigo do Relator da Reforma afirma que: Um dia após

Brasil: Ruídos continuam.

A quinta-feira foi de acomodação dos ativos de risco, que ainda estão digerindo a decisão do Fed anunciada na tarde de ontem. No Brasil, a despeito de um cenário que considero construtivo para o país, alguns ruídos de curto-prazo parecem estar impedindo uma nova rodada de apreciação dos ativos locais. São eles: - O BCB sinalizar que pretende deixar de rolar cerca de US$4bi se swaps cambais no final do mês. Esta postura prejudicou o BRL no mês passado e parece que caminha para prejudicar a moeda novamente. - A decisão do STF em torno da base de cálculo do ICMS. Se já existia uma predisposição em aumentar impostos para cobrir o “rombo” das contas públicas agora, aumentou a probabilidade de uma medida nesta direção. Aumento de imposto pressupõe maior inflação e menor crescimento, através do canal de consumo. As especulações do momento giram em torno do aumento do PIS/Cofins para combustíveis. - Com a Reforma da Previdência avançando na Comissão do Congresso, aumentam os ruído

Bancos Centrais em Foco. Fed afrouxa as condições financeiras.

Seguindo a decisão do Fed em elevar a taxa básica de juros em 25bps, o PBoC, na  China , anunciou uma alta de 10bps nos principais instrumentos de política monetária do país. A decisão é uma clara resposta ao anuncio do Fed, e reforça o cenário de que o  policy maker chinês pretende adotar uma postura mais neutra, senão  um pouco mais apertada, em meio a um cenário de crescimento saudável e inflação um pouco mais elevada. No  Japão , o BoJ manteve sua política monetária estável, como era amplamente esperado. Vale lembrar que a decisão do Fed e do PBoC reflete uma compreensão de uma economia mais sólida e robusta, com a redução dos riscos negativos. A inflação está em alta, mas ainda contida. Assim, os ajustes de política monetária não devem ser vistos como negativos do ponto de vista de risco para os mercados financeiros globais. O cenário seria alterado, contudo, caso as altas de juros comecem a afetar negativamente o quadro para o crescimento econômico global. Será inter

Fed out of the way! EM should shine again!

O Fed elevou a taxa básica de juros da economia em 25bps nos EUA, dentro das expectativas do mercado. As revisões em torno da decisão, assim como a sua comunicação, contudo, foram mais brandas do que o esperado, favorecendo um forte movimento de fechamento de taxas de juros, enfraquecimento do dólar no mundo e tomada de risco por parte dos investidores. Ainda vejo uma economia dos EUA no pleno emprego, com um hiato do produto fechado. O crescimento se mostra sólido, mas a inflação se eleva de maneira apenas gradual, o que ajuda o Fed a manter uma postura de gradualismo na condução da normalização monetária. Parafraseando o economista e investidor Mohamed El-Erian: Fed embarks on a beautiful policy normalisation . Going with the tide of reflationary data, including Friday’s blockbuster job creation and slightly higher wages, the Fed is likely to encourage markets to embrace a policy regime shift that — critically — is gradual, orderly and retains optionality. Reforço minha

Petróleo, Lista de Janot e Reforma da Previdência.

Os ativos de risco estão apresentando recuperação, com uma alta no preço do petróleo liderando um movimento positivo nas commodities metálicas e, consequentemente, nos demais ativos de risco como um todo. A agenda do dia poderá definir a direção dos ativos de risco no curto-prazo, com o Core CPI e a decisão do FOMC nos EUA. Um cenário de inflação mais acelerada poderá colocar o Fed em posição delicada, com o mercado questionando se Yellen e Cia. não estão “ behind the curve ”. Já uma inflação apresentando uma alta apenas gradual, poderá confirmar o cenário de uma normalização monetária gradual, um ambiente que é visto como construtivo para os ativos de risco. No Brasil, a tão esperada “Lista de Janot” foi parcialmente divulgada, com o pedido de abertura de cerca de 83 inquéritos no âmbito da Lava-Jato junto ao STF. Até o momento, os personagens potencialmente envolvidos nas investigações já eram conhecidos, já que nas últimas semanas uma série de vazamentos levou à mídia a esp

TPF: Tensão Pre FOMC.

O dia foi de alta volatilidade para os ativos de risco, com ruídos locais e externos afetando o humor dos mercados. No Brasil, uma notícia vinculada em um meio de comunicação afirmou que o cronograma da Reforma da Previdência na Câmara estaria em risco, e a Reforma poderia ser atrasada. Em meio a um ambiente externo já fragilizado, a notícia acabou acelerando o movimento de deterioração dos ativos locais. Reforço minha visão de que o processo de aprovação da Reforma da Previdência será mais duro e complicado do que o Teto do Endividamento. Acredito que manifestações, negociações e possíveis alterações no texto original fazem parte do processo democrático. Precisamos monitorar se a Reforma será, ou não, aprovada, sem que a essência do projeto seja desfigurada. Ainda trabalho com um cenário de aprovação de uma Reforma satisfatória, mas sabendo que a não aprovação, ou uma Reforma desfigurada, coloca o país em uma situação extremamente complicada, com amplo espaço para det

China: Dados econômicos saudáveis.

Os ativos de risco estão mostrando sinais de alguma fadiga está manhã, mas com movimentos ainda bastante tímidos. A manutenção da Treasury de 10 anos acima de 2,6% está dando suporte ao dólar no mundo. O petróleo continua mostrando fraqueza abaixo de US$49, mas as commodities metálicas voltaram a apresentar recuperação, após dados positivos de atividade econômica na  China . As bolsas globais operam, neste momento, com pequenos movimentos de baixa. Na  China , os dados econômicos de fevereiro ficaram acima das expectativas do mercado, reforçando o cenário de recuperação do crescimento e uma economia que se junta ao “reflation” global. Os números de hoje mostram uma economia estabilizada, que abre espaço para uma postura mais neutra (mais  hawkish ) por parte do  policy maker  local. Segundo o Morgan Stanley: Investment and industrial activity continued to lead the growth:  Within the Jan-Feb activity data pack, growth of fixed asset investment (FAI) picked up the most to 8

Agenda carregada.

Os ativos de risco estão se adaptando/ajustando à uma agenda econômica extremamente carregada nos próximos 3 dias. Nesta ordem, teremos: PPI (terça-feira), Core CPI e FOMC nos EUA (quarta-feira), além das eleições na Holanda, na Europa. A Treasury 10 anos está novamente testando patamares acima de 2,6%, mas ainda sem um rompimento claro. Por ora, os ativos de risco estão digerindo de maneira saudável este movimento, confirmando a visão de que a velocidade de abertura das taxas de juros nos EUA importa mais do que a sua direção propriamente dita para o humor global a risco. Além disso, para algumas classes de ativos, como os ativos Emergentes (EM), em geral, impera uma visão de que um cenário de valuations atrativos, fundamentos mais sólidos do que no passado recente e um crescimento global saudável dão suporte a um bom desempenho, mesmo diante do cenário de normalização monetária nos EUA. Neste pano de fundo, a agenda econômica dos próximos dias será fundamental. No cenár

Relatório Semanal de Asset Allocation

A última semana foi marcada por dois eventos relevantes, mas que apenas reforçam o cenário local e externo tal como temos reportado ao longo dos últimos meses. Brasil – IPCA: O IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,33% m/n e 4,76% no acumulado em 12 meses, cerca de 10 pontos-base abaixo das expectativas. O quadro qualitativo também foi positivo, com difusão em queda e núcleos bem-comportados. Segundo nossa área econômica, o qualitativo da inflação foi muito bom n o que tange serviços e nos índices de difusão. IPCA abaixo de 4% é o cenário-base. O número de hoje solidifica a possibilidade de uma aceleração no ciclo de queda de juros no país, podendo se consolidar um cenário de um juro terminal na casa dos 8,0%-8,5% para este ciclo de queda da taxa Selic. EUA – Dados de Emprego: Os dados de emprego de fevereiro ficaram basicamente dentro das expectativas, mostrando uma criação saudável de vagas de trabalho no mês (235 mil), uma taxa de desemprego baixa (4,7%), e um re

Update.

A noite foi de agenda esvaziada. Os ativos de risco operam sem movimentações relevantes esta manhã, mas alguns movimentos chamam a atenção. A Treasury de 10 anos voltou a fechar taxa, falhando, neste primeiro momento, no rompimento do patamar de 2,6%. As commodities metálicas mostram alguma recuperação, a despeito do petróleo ainda mostrar fragilidade abaixo dos US$49. O dólar opera sem tendência definida, assim como as bolsas globais. Os jornais locais de hoje continuam repercutindo a potencial abertura de cerca de 80 inquéritos derivados da delação premiada da Odebrecht. Já é esperado, também, que o debate em torno da Reforma da Previdência continue a ganhar corpo. Os jornais deste sábado estão apenas repercutindo o intenso debate que acometeu o meio político em torno da criminalização (ou não) das doações eleitorais, seja via “caixa 1”, possivelmente fruto de corrupção, ou seja via “caixa 2”. A mídia está dando um amplo foco nesta discussão entre políticos, juristas e min

Brasil: Ruídos políticos continuam. Por ora, são apenas ruídos...

Os jornais deste sábado estão apenas repercutindo o intenso debate que acometeu o meio político em torno da criminalização (ou não) das doações eleitorais, seja via “caixa 1”, possivelmente fruto de corrupção, ou seja via “caixa 2”. A mídia está dando um amplo foco nesta discussão entre políticos, juristas e ministros do STF. Segundo os jornais, existe um movimento dentro do Congresso para tentar blindar o meio político de eventuais condenações frutos deste tipo de relação, especialmente às vésperas da abertura de inquéritos por parte da PGR e do STF em decorrência das delações premiadas da Odebrecht. Nesta direção, é esperado que no começo da próxima semana a PGR entre com pedido junto ao STF, para a abertura de inquéritos envolvendo indivíduos com foro privilegiado. Estão ventilando a possibilidade de abertura de cerca de 80 inquéritos. Eu continuo tratando este tipo de debate como sério e importante para o país, mas apenas como ruído para os mercados financeiros locais.

IPCA, Payroll e suas repercussões.

Dois eventos atraíram as atenções do dia: Brasil – IPCA: O IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,33% MoM e 4,76% YoY cerca de 10bps abaixo das expectativas. O quadro qualitativo também foi positivo, com difusão em queda e núcleos bem-comportados. Segundo nossa área econômica: O qualitativo da inflação foi muito bom em serviços e nos índices de difusão. IPCA abaixo de 4% é o cenário-base. O número de hoje solidifica a possibilidade de uma aceleração no ciclo de queda de juros no país, se consolidando um cenário de um juro terminal na casa dos 8,0%-8,5% para este ciclo de queda da taxa Selic. EUA – Dados de Emprego: Os dados de emprego de fevereiro ficaram basicamente dentro das expectativas, mostrando uma criação saudável de vagas de trabalho no mês (235 mil), uma taxa de desemprego baixa (4,7%), e um Horly Earnings em linha com o esperado (2,8% YoY), mostrando um processo apenas gradual de pressões inflacionárias provenientes dos salários. Os números de hoje apenas r

Dia de agenda importante. Ativos no Brasil criaram valor nos últimos dias.

Os ativos de risco estão se acostumando a um novo patamar de taxas de juros nos EUA, o que tem gerado alguma volatilidade e ruídos pontuais. Enquanto o crescimento global estiver favorável, acredito que estes momentos serão pontuais. Caso venhamos a observar um cenário mais desafiador para o crescimento do mundo, a situação dos ativos de risco tende a ficar menos positiva, o que não parece ser o caso neste momento. A agenda econômica de hoje será extremamente importante, com IPCA no Brasil e os dados oficiais de emprego nos EUA. No Brasil, os jornais de hoje ainda reportam alguns ruídos em torno da Reforma da Previdência. Reforço que negociações em torno do texto original fazem parte do processo democrático e já eram esperadas. O importante é que a Reforma seja aprovada sem alterações na essência do projeto. Caso fique mais evidente, contudo, que uma Reforma substancial não consiga ser aprovada, o cenário para o país poderá sofrer uma alteração abrupta, para um caminha muito m

Treasury 10 anos acima de 2,5%. Novos ruídos no Brasil.

A Treasury de 10 anos continua sua marcha de abertura de taxas, após o rompimento do patamar psicológico de 2,5%. Neste manhã, está movimento voltou a dar sustentação ao dólar no mundo, porém desta vez mais concentrado contra as moedas EM e as dependentes de commodities. As commodities metálicas também apresentam forte queda, no que aparenta ser uma clara realização de lucros dos exageros recentes. A agenda do dia será relativamente esvaziada, com o Jobless Claims em destaque nos EUA, as vésperas da divulgação dos dados oficiais de emprego de fevereiro no país, agendados para amanhã. Na China , o destaque ficou por conta dos indicadores de inflação. Enquanto o CPI apresentou forte queda na comparação YoY, o PPI voltou a acelerar. No caso do CPI, a queda é explicada por uma base elevada e pela desaceleração de Alimentação. É razoável supor que o Ano Novo Lunar esteja ajudando a distorcer os dados econômicos da China em janeiro e fevereiro. Assim, só poderemos tirar conclusões m