Relief Rally!


Os ativos de risco estão apresentando um “relief rally” neste momento. Por ora, os movimentos ainda são tímidos, porém positivos. As bolsas da China apresentaram leve alta (0,4%-0,5%)  e a moeda do país apresentou pequena apreciação (0,2%-0,3%).
O movimento positivo desta manhã esta sendo sustentado pela notícia de um acordo na Alemanha em torno do coalização para a manutenção do Governo de Merkel. Isso vinha sendo um vetor negativo que estava ajudando a dar um tom mais negativo nos ativos europeus.
Na China, o PBoC divulgou um comunicado em que explica os fatores que estão levando a depreciação do CNY e que não é uma política de Estado a depreciação da moeda. Segundo o Morgan Stanley:
The PBoC governor said in a statement at 2:10pm today that the central bank is paying attention to recent RMB fluctuations, which are “mainly due to factors such as a stronger dollar and external uncertainties, and there has been some pro-cyclical behavior", and pledged to keep the RMB stable at an equilibrium level. Both CNY and CNH appreciated against the US dollar after the statement.
This echoes our view that recent RMB depreciation is NOT intended to be used as a countermeasure against trade measures, as the lesson from August 2015 suggests that an active material depreciation could hurt market confidence and financial market stability. While the CNY may overshoot with shifting market expectations of policy stance amid higher trade tensions, the PBoC is unlikely to encourage material currency depreciation. We expect more PBoC intervention if depreciation risk intensifies
O comunicado ajuda a acalmar os ânimos de curto-prazo, mas em nada altera os vetores responsáveis pela pressão na moeda do país. Este é um vetor que ainda demanda cautela e atenção.
Nos EUA, ontem, vimos a divulgação de um forte ISM Manufacturing, o que confirma o cenário de uma economia sólida e robusta. As pressões inflacionárias continuam a se acumular.
Eu tenho, hoje, dúvidas se dados econômicos mostrando crescimento forte nos EUA serão bem recebidos pelos ativos de risco. Ainda acredito que o principal tema para os mercados nos próximos meses será a normalização monetária e o enxugamento de liquidez dos principais bancos centrais do mundo. Uma economia norte americana forte implica em continuidade, ou aceleração, do processo de normalização monetária, o que tem se colocado como uma grande restrição a um processo mais prolongado, permanente e duradouro dos ativo de risco, mantendo os mercados mais voláteis e incertos.

No Brasil, a pesquisa Focus do BCB continua mostrando expectativas de inflação ancoradas. As coletas de inflação já parecem ter feito seu pico e começam a mostrar arrefecimento mais acentuado na ponto, o que indica que o choque inflacionário da greve dos caminhoneiros foi realmente pontual. Contudo, os indicadores de atividade econômica apontam para uma recuperação mais lenta do que o esperado.

Todo este ambiente deve ajudar a estratégia do BCB em manter, neste momento, a Taxa Selic estável. Este cenário não é contemplado na curva de juros, que ainda embute um prêmio relevante de altas de juros no curto, médio e longo prazo.

O BCB tem ficado ausente do mercado de câmbio, enquanto o BRL parece “apenas” seguir o humor global em torno do dólar no mundo, sem um descolamento maior ou irracionalidade (falta de liquidez). Isso tem dado sustentação a um movimento de alta da moeda norte americana em relação ao Real.


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