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Mostrando postagens de junho, 2017

Economic Goldilocks. Rate Normalization. Higher Vol. / Brasil: Eleições 2018 ganham corpo no debate político.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento. A agenda do dia será um pouco mais agitada, com Personal Income, Personal Spending e Core PCE, nos EUA , como destaque. Na China , PMI Manufacturing de junho subiu de 51,2 para 51,7 pontos, acima das expectativas de 51,0 pontos. O número mostra uma economia estável e saudável. Com este pano de fundo, continua mantido o cenário global de crescimento saudável, com flutuações em torno da tendência. Ainda não há sinais claros de aceleração da inflação, mas sim um processo gradual de elevação, de normalização. A despeito de este ambiente ser considerado positivo em termos econômicos, o que ficou com a alcunha de “ goldilocks ”, o mercado passou a ler isso como um entrave à continuidade de apreciação dos ativos de risco, de uma forma geral. Isso ocorre, basicamente, pelo movimento coordenado dos bancos centrais no G10 na direção de dar continuidade ao processo de normalização monetária, ou seja, de redução do exces

Reflation -> Rate Normalization -> Higher Vol -> Risk Off?

Os ativos de risco basicamente mantiveram a trajetória que comentei pela manhã, com a diferença de uma queda nas bolsas globais e uma piora na percepção para os ativos de risco mais dependentes de liquidez, como algumas moedas e ativos emergentes em geral. O tema de normalização monetária coordena (“ rate normalization ”)  que comentei pela manhã, e o DB chamou de “Sintra Pact”, continua e, na minha visão, continuará a ditar a dinâmica dos ativos de risco. Enquanto não houver uma clareza maior em relação ao nível que as taxas de juros nos países desenvolvidos podem atingir (não as taxas básicas, oficiais, mas as taxas de mercado) e como será o processo de redução do balanço dos principais bancos centrais ao redor do mundo, estamos propensos a realizações de lucros, um ambiente de maior volatilidade e incerteza. Por ora, o cenário econômico segue relativamente estável e construtivo, no que o mercado deu a alcunha de “goldilocks”. Este cenário econômico costuma ser um ambiente f

The Sintra Pact is Here!

Os ativos de risco estão dando continuidade aos movimentos verificados ontem. Destaque para a abertura das taxas de juros nos países desenvolvidos. As bolsas mostraram leve altas, assim como as commodities. O dólar opera em queda e os mercados emergentes aparentam estabilização. Os movimentos recentes podem ser caracterizados como uma alternância, talvez evolução, ao “ reflation ”. Na ausência de dados concretos de inflação mais elevada, contudo, o “ reflation ” parece ter dado lugar ao “ rate normalization ”. Caso os números econômicos continuem mostrando uma economia global saudável, sem sinais claros de desaceleração mais acentuada, com um mercado de trabalho em recuperação no mundo desenvolvido, e uma inflação ascendente, mesmo que gradualmente, parece que será suficiente para ao principais bancos centrais do mundo mantenham a postura recente visando uma normalização monetária. Tenho explorado bastante este tema em meus últimos comentários, já que vejo essa mudança de postura

"Risk-on"! Sazonalidade ajudando...

Fed (EUA), ECB (Europa), BoC (Canadá), BoE (Inglaterra)...” and counting ”. Os bancos centrais das principais economias do mundo continuam sinalizando para uma mudança clara de postura. Hoje foi a vez do BoE, na Inglaterra, alertar para a eventual necessidade de normalização monetária no país. Um membro do ECB tentou minimizar a fala de Draghi ontem, mostrando certo desconforto por parte da instituição no tocante a abertura das taxas de juros e alta do EUR. Fico bastante intrigado com esta postura. Como um movimento relativamente tímido para um cenário mais amplo (alta de 15bps nas taxas de juros e 1,3% no EUR) pode gerar, de maneira tão rápida, uma resposta/reação por parte do ECB? Fica claro o receio da instituição em evitar movimentos acentuados, o que acaba colaborando para a compressão global das volatilidades. Este cenário vem sendo regra há alguns meses (talvez anos), mas é insustentável a longo-prazo. O timing para a mudança de dinâmica é impreciso, e se posicionar pa

Brasil: CIDE e Defesa de Temer.

Os ativos de risco estão dando continuidade aos movimentos verificados ontem. A abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos está colocando alguma pressão nas bolsas. O dólar opera sem tendência definida, assim como as commodities. A agenda econômica do dia será relativamente esvaziada. No Brasil, os jornais estão dando destaque à defesa realizada pelo Presidente Michel Temer em cadeia nacional. O cenário base segue de manutenção deste governo, enfraquecido, e sem poder de avançar nas principais reformas estruturantes para o país. Pelo menos, a equipe econômica deverá ser mantida o que, no mínimo, evita uma agenda mais populista e heterodoxa. Neste ambiente, a dinâmica dos mercados externos acaba sendo bastante importante para a direção dos ativos locais. Por isso, tenho concentrado esforços na parte curta da curva de juros, onde o cenário cíclico de baixa inflação corrente, expectativas de inflação contidas, recuperação lenta do crescimento, hiato do produto aberto e mer

"Taking the punch bowl away"

Hoje foi o primeiro dia, em muito tempo, que observarmos movimentos um pouco mais acentuados nos ativos de risco. Não houve uma tendência clara, como “ risk-on ” ou “ risk-off ”, mas a dominância de alguns temas não menos importantes. Interessante observar que mesmo após o movimento de hoje, as volatilidades implícitas dos ativos de risco continuam bastante deprimidas para os padrões históricos (vide gráfico abaixo). Como tenho alertado desde a última reunião do FOMC, nos EUA, parece existir uma mudança clara de postura por parte do Fed, que agora é ecoado por outros dos principais bancos centrais ao redor do mundo. Este tema foi resgatado hoje com um discurso de Draghi na Europa. O discurso do ECB, visto como mais hawkish , segue um relatório do BIS – considerado o banco central dos bancos centrais – que foi divulgado nos últimos dias, e confirma os sinais de que existe uma disposição dos principais banqueiros centrais ao redor do mundo em retirar as políticas monetárias de exceç

Bancos centrais menos dovish / PGR apresenta denúncia contra Temer.

Os ativos de risco continuam mostrando certa estabilização, porém sem grandes tendências claras. As bolsas na Europa e nos EUA apresentam queda, as commodities sobem, o dólar opera em baixa, mas as taxas de juros no mundo desenvolvido apresentam abertura de taxas. Destaque para a alta do  EUR , que sobe 0,65% neste momento, após um discurso de  Draghi  esta manhã. Está ganhando corpo a  interpretação  de bancos centrais menos expansionistas de agora em diante, o que está ajudando o EUR essa manhã, e dando suporte as taxas de juros no mundo desenvolvido. Já tratei deste tema, em relação ao Fed, neste fórum nas últimas semanas. retornaremos ao tema  sempre que necessário. Nos  EUA , o debate em torno do “Health Care” continua. Os sinais são de que a nova proposta apresentada dificilmente passará pelo Congresso, o que deverá manter a agenda legislativa ainda emperrada por algum tempo. Isso acaba atrasando, ou até inviabilizando, a agenda econômica de Trump. Segundo o DB: The headli

Brasil: Inflação baixa, crescimento baixo, expectativas de inflação cadentes.

O dia basicamente manteve os movimentos verificados pela manhã. O petróleo apresentou alguma volatilidade intraday maior, mas os demais ativos de risco permanecem em ranges bem definidos. No Brasil, a pesquisa Focus mostrou uma nova rodada de revisões para baixo do IPCA (inflação) e do PIB para este ano e para 2018. As coletas de inflação seguem baixas, sinalizando para uma deflação no mês de junho, talvez ainda mais acentuada do que o esperado até pouco tempo atrás. Os indicadores de confiança começaram a mostrar arrefecimento, no que já pode ser visto como uma reação as incertezas políticas recentes. O dia foi marcado por um forte movimento positivo do BRL e do Ibovespa. Vejo estes movimentos como uma reação a busca global por yields , depois de mais um número negativo na economia dos EUA (mais detalhes abaixo). Além disso, já vejo uma posição técnica relativamente “esticada” nesta direção, com muitos investidores locais “vendidos” em BRL e em Ibovespa. Isso pode ter ajuda

Relatório Semanal de Asset Allocation:

No Brasil, o destaque da semana passada ficou por conta do Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central do Brasil. Nossa área econômica resumiu o documento da seguinte forma: Visão geral sobre o RI é que na margem corrobora a mensagem mais dovish dos discursos recentes (sugerindo uma flexibilidade maior para cortar -75 ou -100). Usa o tempo passado para dizer “que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado naquela ocasião deveria se mostrar adequada em sua próxima reunião, em julho” e abre o parágrafo que havia na ata (veja em verde abaixo) adicionando o trecho: “O ritmo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação” – Isso na minha opinião, deixa o jogo mais aberto (entre -75 e -100). As projeções de IPCA de curto prazo têm um bom espaço para serem surpreendidas pa

Sinais mais positivos.

Os ativos de risco estão dando sinais mais positivos neste começo de semana. Neste momento, o petróleo sobe 1%, o dólar apresenta queda generalizada, porém concentrada contra EM, as bolsas sobem ao redor do mundo e as taxas de juros apresentam abertura de taxas no mundo desenvolvido. Os movimentos podem ser classificados como de leve “risk-on”. Continuo vendo um cenário econômico global relativamente estável. Estava um pouco mais cauteloso com a dinâmica dos ativos de risco. O mercado mostrou estabilização desde sexta-feira, o que me traz algum conforto. Prefiro manter uma postura neutra, voltada para temas específicos, neste momento, com a busca de alguns hedges , por ver o mercado sem grandes tendências claras e com preços pouco atrativos. Mantenho posição aplicada na curva curta de juros no Brasil e tomado na curva de juros nos EUA. Como hedge, mantenho estruturas altistas de dólar (BRL) e compra de inflação implícita na parte intermediária da curva. Assim como puts de S&P.

Poucas novidades. Cenário inalterado. Ainda mantendo cautela.

O final de semana, até o momento, trouxe poucas novidades relevantes ao cenário econômico global. No Brasil , a mídia está reportando que a Polícia Federal terminou a perícia nas gravações realizadas pelos delatores da JBS, e que continham diálogos com o Presidente Michel Temer. Segundo os periódicos deste final de semana, as gravações não foram editadas e poderão ser usadas como prova nas investigações. Ainda de acordo com a mídia, a PGR deve apresentar as denuncias contra o Presidente de maneira “fatiada”, em 3 ou 4 passos. Assim, de acordo com a teoria da mídia, o desgaste do Presidente seria maior, pois precisaria levar cada uma das denúncias à votação no plenário do Congresso. Algumas matérias afirmam que o setor elétrico poderá sofrer uma onda de privatizações, que poderiam trazer cerca de R$30 bilhões de receitas a união. O Governo continua confiante na aprovação da Reforma Trabalhista no plenário. As demais reformas seguem em compasso de espera e com sua probabilidade de

Mantendo cautela a despeito dos sinais de estabilização.

A semana está se encerrando com movimentos mais suaves dos ativos de risco, sem movimentos relevantes ou tendências muito claras, pelo menos até o momento. Mesmo com a aparente estabilização dos ativos de risco ao longo da sexta-feira, ainda vejo sinais de fragilidade, especialmente no tocante a dinâmica do petróleo. Como comentei ontem, a dinâmica de curto-prazo no petróleo, após a acentuada queda recente e nos atuais níveis, poderá continuar ditando a direção do humor global a risco. A decisão do Fed na semana passada ainda reverbera no mercado, e assim deverá permanecer nos próximos dias, semanas...quiçá meses e anos. No tocante ao cenário econômico, as prévias dos PMIs, especialmente na Europa e nos EUA, mostraram um quadro de moderação do crescimento. Os atuais níveis ainda são considerados saudáveis, condizentes com um crescimento razoável da economia global. A moderação nos últimos meses é de certa forma esperada, dado a alta rápida e acentuada verificada desde de fins

Sinais de estabilização. Cautela ainda é necessária.

Os ativos de risco estão dando sinais de estabilização, com uma leve alta no preço do petróleo (0,4% neste momento) dando suporte as bolsas e a um movimento de dólar fraco no mundo. Ainda vejo este movimento com desconfiança e manter uma postura cautelosa neste momento. Na agenda do dia, destaque para o IPCA-15 no Brasil e para as prévias dos PMI nos EUA e no mundo. No cenário externo, na Europa , a prévia do PMI da Área do Euro se manteve em níveis saudáveis, condizentes com um crescimento positivo da região. O PMI Manufacturing subiu de 57,0 para 57,3, acima das expectativas de 56,8, e o PMI Services passou de 56,3 para 54,7 pontos, abaixo das expectativas de 56,1 pontos. Os números de hoje pouco alteram o cenário relativamente construtivo para o crescimento da região, assim como a direção da política monetária, que ainda permanecerá expansionista, porém em trajetória lenta e gradual de normalização. No Brasil , no início da noite de ontem, os EUA anunciaram que estão suspende

Trading the Fed and Oil.

Não há mudanças significativas no cenário econômico global (nos EUA, o Jobless Claims se manteve nos lows históricos, o Bloomberg Consumer Confidence nos picos históricos, e o Leading Indicator mostrou novo avanço), mas precisamos levar em conta alguns vetores para entender (e tentar prever) a direção dos mercados financeiros globais no curto-prazo, e potencias impactos mais estruturais. Primeiro, há a aparente mudança de postura por parte do Fed, já tratada aqui neste fórum incessantemente desde a semana passada. Segundo, existe a volatilidade recente no preço do petróleo. Ambos são capazes, individualmente, ou em conjunto, de alterar de maneira significativa a dinâmica dos ativos de risco. A postura do Fed poderá ter impacto mais estrutural sobre os mercados financeiros globais, enquanto o petróleo parece ser uma questão pontual. Como vimos hoje, a simples estabilização de seu preço, mesmo que ainda em bases frágeis (subindo neste momento menos de 1%, após acentuada queda r

Brasil: Relatório de Inflação.

Os ativos de risco estão abrindo a quinta-feira sem tendência definida. Ainda há sinais de instabilidade nos ativos de risco, com as bolsas dos EUA e da Europa apresentando queda. As commodities estão estáveis no momento, mas ainda há sinais de fragilidade no petróleo e no complexo de metais não preciosos, o que requer cautela para o humor global a risco. O dólar operam em leve queda ao redor do mundo, mas com movimentos bastante tímidos neste momento. O dia será de agenda um pouco mais agitada do que o começo da semana. Nos EUA teremos o Jobless Claims. No Brasil o Relatório de Inflação (RI). No Brasil, nossa área econômica espera que o RI mostre revisões baixistas nas projeções de inflação para os anos de 2017 e 2018. No primeiro caso, é esperada uma inflação abaixo do centro da meta, ao redor de 3,8%. No segundo caso, uma inflação em torno do centro da meta, em cerca de 4,5%. Esses números seriam inferiores as últimas estimativas oficiais apresentadas pelo BCB em seus últimos d

Cautela ainda necessária. Foco deve ser em temas específicos.

O dia foi de poucas novidades econômicas concretas, mas com uma dinâmica que manteve os sinais de instabilidade iniciadas desde a última reunião do FOMC (e os sinais recentes do Fed). O destaque absoluto ficou por conta de mais uma rodada de queda no preço do petróleo . Sou pouco entendido no assunto. Tendo a acreditar que o mercado de commodities apresenta movimentos de curto-prazo muito mais acentuados do que as mudanças de fundamentos representam. De qualquer maneira, com o WTI novamente próximo aos $40, e nos níveis mais baixos em cerca de 7-8 meses, o movimento começa a incomodar os demais ativos de risco. Tenho pouca sensibilidade a este mercado para emitir uma opinião concreta sobre sua direção. No Brasil , o destaque ficou por conta do bom desempenho da curva curta de juros, as vésperas da divulgação do Relatório de Inflação. A curva apresentou movimento de steepening, com as inflações implícitas subindo marginalmente. Acredito que estes movimentos fazem sentido, dian