Mercados Globais

A manhã está sendo de pouca movimentação dos ativos de risco, com destaque para mais uma rodada de forte queda das cryptos e fechamento das taxas longas de juros em G10.   É provável que o “bear market rally” possa ter terminado. A divulgação do Core PCE nos EUA essa semana será fundamental para a dinâmica de mercado de curto-prazo.   O risco de uma recessão global (e, em especial, nos EUA) continua a aumentar e trazer algum ruído adiciona aos ativos de risco: https://twitter.com/DanKawa2/status/1541891479941029888?s=20&t=aM-kX_NdXWd2WznzaE_hrQ .   A inflação ainda é um dos grandes temas (e riscos) do mercado. Na Espanha, o CPI marcou 2% no mês, atingindo mais de 10% no ano. O núcleo da inflação atingiu 5,5% YoY, mostrando como a inflação está cada vez mais alta e arraigada, sem nenhum sinal de arrefecimento:   No Brasil, os rumores em torno das próximas medidas fiscais seguem sendo o principal tema de mercado: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pacote-

Dando seguimento ao movimento positivo iniciado na segunda quinzena deste mês, os ativos de risco estão abrindo o dia em tom positivo.   Ontem escrevi mais a fundo sobre os vetores que estão dando suporte a este movimento: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/daily-news-humor-positivo-ajuda-dos.html .   Na sexta-feira, havia reforçado a possibilidade de continuidade de alta nas bolsas globais: https://twitter.com/DanKawa2/status/1540336841626378243?s=20&t=xfjuSfNXgh4juoIJFJN4eQ .   Encerrei o comentário com a seguinte descrição: De qualquer forma, ainda vejo o risco da recessão como uma restrição a uma melhora mais substancial e sustentável do mercado. O S&P pode tentar testar os 4.000-4.200 pontos no curto-prazo.   O G7 está discutindo um “price cap” para o preço de petróleo da Rússia, o que tem dado suporte ao preço do petróleo em um ambiente de forte aperto da oferta e demanda pela commodity.   Aos poucos temos visto uma recuperação substancial do

As bolsas globais estão abrindo a semana em tom positivo, em muito ajudadas pelos fluxos de rebalancemanto de final de trimestre/semestre, além de indicadores de sentimento e posição técnica excessivamente negativos no curto-prazo.   Na sexta-feira escrevi sobre o tema ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/a-semana-em-revista.html ).   O que explica a alta da bolsa americana essa semana?   ·          Indicadores técnicos e de sentimento com excesso de pessimismo no curto-prazo ·          Valuations mais atrativos após a queda recente ·          Queda das taxas de juros ·          Queda das expectativas de inflação no Michigan Confidence ·          Fluxo de rebalanceamento de final de trimestre/semestre. Fluxo de compra de fundos de pensão   Ontem fiz uma breve análise do cenário encerrando com o seguinte comentário:   Um dos principais desenvolvimentos recentes foi a queda das taxas de juros nos EUA, com especial atenção ao mercado precificando um c

  By Dan Kawa   O final de semana foi de poucas novidades relevantes. Continuo vendo um cenário de curto-prazo de pouca previsibilidade, em que a narrativa sai da Inflação para a Recessão e o mercado apresenta movimentos técnicos de final de semestre relevantes.   Comentei sobre isso ao longo da semana, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/a-semana-em-revista.html .   Como aqui também: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/daily-news-inflacao-estagflacao-recessao.html .   No Brasil, a aproximação das eleições e a deterioração da perspectiva fiscal são pontos que ainda tornam nosso cenário mais nebuloso no curto-prazo, bem como a piora de perspectiva do crescimento global e o risco de recessão no mundo.   Um dos principais desenvolvimentos recentes foi a queda das taxas de juros nos EUA, com especial atenção ao mercado precificando um ciclo de queda de cerca de 50bps já em 2023.   A recessão já me parece um tema consensual no mercado. A grand

By Dan Kawa   O que explica a alta da bolsa americana essa semana? ·          Indicadores técnicos e de sentimento com excesso de pessimismo no curto-prazo ·          Valuations mais atrativos após a queda recente ·          Queda das taxas de juros ·          Queda das expectativas de inflação no Michigan Confidence ·          Fluxo de rebalanceamento de final de trimestre/semestre. Fluxo de compra de fundos de pensão   O que explica a deterioração dos ativos do Brasil essa semana? ·          Aumento da probabilidade de recessão global ·          Queda no preço das commodities ·          Piora do debate fiscal ·          Deterioração do quadro político e dos ativos de “vizinhos” de LatAm, como Colômbia e Chile   Outros desenvolvimentos da semana: ·          Forte queda das commodities, com aumento do risco de recessão global ·          Forte fechamento das taxas de juros nos países desenvolvidos, pelos mesmos motivos acima ·          Alta das Crypto

Seguimos em uma dinâmica em que o mercado está deixando de olhar apenas a inflação como problemas para o mundo, e passando a dar atenção grande a uma possível recessão. Isso tem reverberações diferentes para cada classe de ativo e cada região do mundo.   Falei mais a fundo sobre este tema aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1539989519671468032?s=20&t=Md8MkajXFC-dN8U0MVE2vQ .   A dinâmica do mercado ontem já mostra bastante este pano de fundo, como mostrei aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1540071236201488385?s=20&t=Md8MkajXFC-dN8U0MVE2vQ .   Não há sinais consistentes de recuperação do crescimento da China nos indicadores de alta frequência:   Estou vendo a recuperação recente das bolsas norte americanas com dois ângulos: (1) Uma recuperação técnica, natural, após um excesso de pessimismo de curto-prazo nos indicadores de sentimento. O final do semestre pode estar ajudando a sustentar este movimento e (2) Um alívio nas ações de “growth”, impulsiona

A despeito de um desempenho relativamente estável da bolsa americana, o destaque da manhã fica, uma vez mais, para uma nova rodada de queda nas commodities, com fechamento de taxa de juros e dólar forte. A narrativa da desaceleração econômica e da eventual recessão continuam a dominar o curto-prazo.   O cobre, visto por muitos como o “Doutor em Economia”, cai ao seu nível mais baixo em anos:   Na Europa, o PMI apresentou queda maior do que o esperado, ficando muito próximo ao limiar de 50 pontos de uma contração da economia:   A nova rodada de alta o preço do Gás e o possível racionamento na Europa será mais um vetor contracionista nos próximos meses:   No Brasil, há novas discussões sobre medidas de estímulo fiscal. Comentei sobre isso aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1539713880389292040?s=20&t=6a7Sh6I-G-2oJFoPjMkH_Q .   *As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.   Dan H. Kawa CIO TAG Investi

O “bear market rally” de ontem durou pouco e hoje já estamos amanhecendo com movimentos coordenados de aversão a risco, com queda nas bolsas, commodities e cryptos, além de dólar forte e fechamento das curvas longas de juros.   Uma vez mais, chamo a atenção para a queda das commodities e dos ativos dependentes das commodities, no que me parece ser um movimento claro de que a narrativa de desaceleração do mundo ganha corpo, transformando o risco de inflação em risco de estagflação (comentei isso aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/da-inflacao-para-estagflacao.html ):   O próprio Fed divulgou estudo mostrando aumento substancial do risco de recessão nos próximos meses: https://twitter.com/NickTimiraos/status/1539399796049551360?s=20&t=1EFeaK-Pr7nn1wEWWd9jGQ .   Nos EUA, Biden deve anunciar um “Tax Holiday” para o mercado de combustíveis, na tentativa de segurar a inflação no país.   No Reino Unido, a inflação atingiu 9.1% YoY, maior nível em décadas, ma

Os ativos de risco estão apresentando movimento clássico e coordenado de “risk-on”, com alta das bolsas, commodities e crypto, além de dólar fraco e abertura de taxa de juros.   Acredito que, na ausência de mudanças substanciais de cenário, estamos diante de mais um “bear market rally”. Nos últimos dias, já vinham comentando sobre essa possibilidade, devido ao excesso de pessimismo em alguns indicadores de sentimento: https://twitter.com/DanKawa2/status/1538996612361465856?s=20&t=1ffh1zW-mlnlVGN7XHSuEw .   Excesso de pessimismo nos indicadores de sentimento podem levar a melhoras rápidas e acentuadas do mercado, mesmo sem mudança de tendência negativa ou alteração no cenário. Sigo, estruturalmente mais cauteloso/negativo:   Comentei sobre isso aqui, https://twitter.com/DanKawa2/status/1538635806667071488?s=20&t=1ffh1zW-mlnlVGN7XHSuEw .   Outros indicadores técnicos também apontam para alguma acomodação do mercado no curto-prazo, sem que tenhamos mudanças substan

Em um dia de feriado nos EUA, a dinâmica de preço pode não dizer muito sobre os próximos passos do mercado. Ontem fiz um resumo sobre os eventos do final de semana, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/giro-do-final-de-semana.html   Reforço minha visão sobre o receio do mercado com a desaceleração econômica global, que tenho chamado a atenção nas últimas semanas: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/06/da-inflacao-para-estagflacao.html .   Ontem, na Colômbia, o candidato de esquerda e ex guerrilheiro venceu as eleições, colocando a esquerda pela primeira vez no comando do país. O presidente não terá maioria no Congresso, o que pode limitar sua atuação em temas mais polêmicos e radicais. De toda forma, e um evento que deve trazer reverberações aos ativos do país.   Na França, Macron perdeu sua maioria no Congresso.   Na Alemanha, o PPI atingiu a marca de 33,6% YoY, mostrando que a inflação ainda é um enorme risco ao cenário atual:   Na China, os si

By Dan Kawa   Sem muitos avanços positivos no final de semana:   - No mercado de crypto, Bitcoin girando em torno de $20k e Ethereum em torno de $1k, após operaram abaixo desses níveis ao longo do sábado - Pandemia na China ainda em situação delicada. Macau será fechado após o primeiro caso de covid em 250 dias - A Rússia fechou seu fluxo de gás para a Europa, forçando a Alemanha a reativar suas fontes de energia de carvão - Membros do Fed reiteraram a necessidade de ajuste da política monetária para frear a inflação: https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-06-18/waller-backs-75-basis-point-july-hike-says-fed-is-all-in#xj4y7vzkg . - Há sinais de posição técnica com excesso de pessimismo, o que pode levar a “short squeezes” rápidos e acentuados, mas que não mudam a trajetória negativa do mercado. - No Brasil, o Presidente da Câmara continua a colocar pressão na Petrobras e a sinalizar medidas contra a empresa   *As análises e opiniões são pessoais e não repres

By Dan Kawa   O dia foi de forte aversão a risco, com movimentos clássicos de “risk-off”: Bolsas em queda; forte fechamento de taxa de juros longas no mundo desenvolvido; dólar em queda contra G10 mas forte contra EM; alta das commodities metálicas preciosas, mas queda dos demais complexos; e forte queda das cryptos.   A alta do Ouro, queda dos juros longos e das bolsas demonstram que a narrativa do mercado começa a mudar para uma recessão e não apenas um cenário inflacionário.   A diferença do cenário atual com o que vimos em outros “mini crises”, como 2011/2012 (Europa), 2015/2016 (China e EM) e 2018 (aperto monetário excessivo) é que nos casos passados não tínhamos inflação e a política monetária estava a disposição para dar suporte à economia e aos mercados.   No ambiente atual, sem uma desaceleração da inflação, deveremos conviver com uma desaceleração ao mesmo tempo em que a inflação está elevada e a política monetária não pode ser usada como um “seguro” ou um “su

Todas as atenções do dia estarão voltadas para a reunião de política monetária nos EUA e no Brasil.   Nos EUA, espero uma alta de 75bps nas taxas de juros e um discurso duro por parte do Fed, sinalizando para uma eventual alta de mesma magnitude na reunião seguinte. O Fed precisa retomar a sua credibilidade de combate a inflação até mesmo como modo de ajudar a estabilizar o mercado.   No Brasil, espero uma alta de 50bps e que o BCB mantenha alguma flexibilidade em relação aos seus próximos passos O ciclo de alta de juros no Brasil está próximo do fim e os próximos passos devem ser apenas “ajustes finos”, ou seja, altas muito mais moderadas.   No caso local, o BCB precisa medir os efeitos defasados da alta rápida e acentuada da Taxa Selic ao longo dos últimos meses e um caminho mais moderado de agora em diante me parece ser a postura correta.   Na Europa, o ECB convocou uma reunião de emergência para tratar da forte alta dos spreads/taxas de juros dos países da periferia