Higher US Yields.

Às vésperas de um feriado global, é interessante observar o movimento ambíguo entre as taxas de juros nos EUA e o USD, que vem ocorrendo desde ontem. Enquanto na quarta-feira observamos um forte movimento de alta do dólar, porém com fechamento de taxa de juros nos EUA, nesta quinta-feira vimos uma pressão de alta de juros nos EUA, porém com uma consolidação do dólar no mundo.

O movimento de abertura de taxa de juros nos EUA acabou pressionando a curva local de juros, que mostra sinais de um quadro técnico deteriorado, leia-se, existem evidências de que os investidores locais já estejam com posições não desprezíveis aplicadas em taxas de juros. Acredito que, por hora, o movimento não passe de um ajuste de preços e posições, até mesmo saudável após o rápido e acentuado fechamento de taxas observado nas últimas semanas. Ainda não vejo motivos para uma mudança completa de tendência, mas certamente precisaremos monitorar o cenário externo.

Brasil – A PNAD Continua mostrou a manutenção de uma tendência de piora no mercado de trabalho do país. Segundo nossa área econômica: A taxa de desemprego surpreendeu para cima. Embora tenha havido queda na taxa de participação (o que contribuiria para puxar para baixo a taxa de desemprego), houve uma rápida deterioração no nível de ocupação; A taxa de desemprego dessaz na PNAD alcançou 9,9% no trimestre entre novembro/2015 e janeiro/2016 ; O Rendimento nominal da PNAD subiu 8% a/a (bem melhor que a PME sugere). O rendimento real caiu 2,5%a/a, enquanto a massa salarial real encolheu 3,1%a/a; O rendimento nominal dessaz (após ajuste sazonal) subiu 9,1% na taxa anualizada no trimestre entre novembro/2015 e janeiro/2016; Conta/própria continua subindo em proporção a população ocupada.

Um outro vetor que merece destaque especial fica por conta dos dissídios divulgados pela FIPE, que podem ser um importante vetor desinflacionário ao longo do ano, e um sinal importante para o BCB: As negociações coletivas têm ficado abaixo da inflação (na mediana ficou em um patamar ainda elevado de 10,5%a/a). Vale notar que a média dos reajustes ficou em apenas 6,2%a/a. De fato, a fraqueza no mercado de trabalho tem influenciado para menor os reajustes trabalhistas.

EUA – O Jobless Claims manteve em patamar robusto, consistente com um continuo fechamento do hiato do produto norte americano. O Durable Goods Orders acabou ficando abaixo das expectativas, levando a revisões baixistas para o crescimento da economia. Parece que estamos migrando para um quadro de crescimento potencial baixo, o que coloca o Fed em situação extremamente delicada (crescimento baixo > melhora do mercado de trabalho > inflação ascendente).


 

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