Brasil: Moro contra ataca!

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento positivo verificado após a decisão do FOMC, nos EUA, na tarde de ontem, ou seja, bolsas  bem suportadas ao redor do mundo, dólar fraco e commodities em alta.

A decisão do Fed, seu comunicado, em conjunto com suas previsões de taxas de juros e aliado as sinalizações de Yellen na coletiva de imprensa acabaram sendo muito mais dovish do que as expectativas do mercado, mesmo após a recuperação dos dados de inflação e crescimento verificados nas últimas semanas. Em meio a estes sinais, os ativos de risco acabaram reagindo de forma clássica com os movimentos descritos acima.

Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Philly Fed, JOLTs e do Jobless Claims.

No Brasil, a situação política continuará ditando o ritmo dos ativos locais. Ontem, Lula foi confirmado como o novo Ministro da Casa Cívil pela manhã. A população voltou as ruas, e promoveu panelaços em várias cidades do país, em confronto a nomeação. No começo da noite, contudo, o juiz Sergio Moro retirou o sigilo da última fase da operação Lava-Jato, divulgando um série de conversas comprometedoras de Lula. Existem diálogos com Dilma, Jaques Wagner, Nelosn Barbosa e uma série de outros importante políticos locais.

Eu reafirmo aqui o que escrevi na terça-feira a noite: Já disse diversas vezes que tenho pouca vantagem comparativa no que tange o cenário político. Contudo, tenho uma opinião sobre o tema. Acredito que chegamos ao "Point of No Return". O impeachment virou imperativo. A governabilidade ficou definitivamente abalada. As novas delações premiadas que estão na fila do MPF só tendem a agravar este quadro. Na minha visão, pouco importa, neste momento, que Lula assuma um ministério. O PMDB chegará à conclusão, em breve, que o melhor a ser feito é um acórdão junto à oposição a fim de firmar um governo de transição até 2018. Isso deveria matar a ação no TSE, abrindo espaço para, após a transição, negociarem, até mesmo, um sistema parlamentarista. Acho que Lula está enfraquecido. Assumir um Ministério é apenas uma tentativa desesperada de evitar o inevitável. Entretanto, política é política, e sempre nos surpreende. A delação de Delcídio do Amaral é apenas mais uma exemplo disso. Sou comprador de risco Brasil, via bolsa e juros, utilizando o BRL como hedge. Manterei uma postura flexível, dado a polaridade dos cenários possíveis.

Acredito que a base de apoio do governo irá se esfacelar rapidamente de agora em diante. O processo de impeachment será acelerado. Não descarto nem mesmo a renuncia de Dilma, algo que acreditava ser impossível de ocorrer até poucos dias atrás. 

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