Risk-On

Ao contrário do que eu imaginava após os últimos eventos geopolíticos ao redor do mundo, os ativos de risco estão dando continuidade a um movimento positivo iniciado na manhã de ontem, e que perdura até o momento. A dinâmica dos mercados mostra um quadro técnico positioa, ou seja, com os investidores pouco alocados em risco, especialmente em um período (final de ano) sazonalmente positivo para algumas classes de ativos, como é o caso das bolsas.

Na agenda dia, o destaque ficará por conta do IPCA-15 e da Taxa de Desemprego no Brasil enquanto nos EUA teremos Jobless Claims e Philadelphia Fed. Na Europa, será divulgada a conta corrente da Área do Euro e o Retail Sales na Inglaterra.

EUA - No final da tarde de ontem, o Fed divulgou as Minutas da última reunião do FOMC. Não há nada no texto que altere as perspectivas de uma alta de juros em dezembro deste ano. Após a divulgação, observamos um movimento de enfraquecimento do dólar no mundo e um suporte aos ativos de risco. Eu vejo estes movimentos como puramente técnicos, em uma correção/realização de lucros dos movimentos recentes.

Brasil – O governo vem conseguindo algumas importantes vitória no Congresso, o que tem ajudado a dar suporte ao ativos locais. A despeito de uma aparente melhora no quadro político, eu continuo vendo este equilíbrio como instável. Como lembrou a Folha em reportagem de hoje:

O Congresso barrou os principais itens da chamada pauta-bomba, mas as votações desta semana expuseram a fragilidade da base governista e indicam que a presidente Dilma Rousseff encontrará grandes obstáculos à sua tentativa de reequilibrar as contas do governo federal. Mesmo após uma reforma ministerial que tirou poder do PT em favor de aliados como o PMDB, Dilma só conseguiu com uma margem bastante estreita manter seus vetos a projetos que reajustavam salários dos servidores do Judiciário e estendiam a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo. O primeiro foi mantido por uma margem de apenas seis votos na noite de terça (17). O segundo, por 46 votos, na tarde desta quarta (18). Se entrassem em vigor, os dois representariam gasto extra de R$ 45 bilhões nos próximos anos. As votações mostraram traições generalizadas no PMDB –que passou a controlar sete ministérios após a reforma ministerial, incluindo a Saúde– e em outros partidos que têm ministérios, o PSD (Cidades), o PP (Integração Nacional), i PDT (Comunicações), o PRB (Esporte) e o PTB (Desenvolvimento). Houve defecções até mesmo na bancada do PT. Na avaliação do Planalto, o resultado mostra que os ministros têm pouca ascendência sobre suas bancadas e Dilma precisa buscar interlocução direta com o Legislativo.

O governo voltou a incluir a CPMF em sua proposta orçamentária para 2016, mostrando que existem poucas opções concretas de ajuste para as contas públicas. Já Eduardo Cunha, declarou que a análise do impeachment ficará para 2016, o que dá algum tempo adicional ao governo.

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