Europa: Terrorismo ainda nas manchetes.

Os mercados globais operam próximos a estabilidade esta manhã. Eu estou com viés mais negativo para os ativos de risco no curto-prazo. Em um ambiente de perspectiva de alta de juros nos EUA, com um pano de fundo de crescimento ainda frágil em algumas regiões do mundo mas, em especial, na China e em alguns países emergentes, eu vejo a onda de terrorismo na Europa como mais um vetor desestabilizador n curto-prazo. Os impactos econômicos são de difícil mensuração “ex-ante” especialmente diante de uma situação nunca antes vivida pelo mundo Ocidental.

Eu escrevi na segunda-feira que não acreditava que os ataques a Paris teriam um impacto maior sobre os ativos de risco. Contudo, caso o terrorismo se torne uma questão mais corriqueira, no dia-a-dia do mundo Ocidental, entraremos em um ambiente nunca antes vivido pelas economias dos países desenvolvidos, e com precedentes apenas em países menores e do Oriente Médio. Este cenário poderia ser classificado como um ambiente de guerra, porém com um inimigo dentro de suas fronteiras e de difícil controle. O impacto psicológico sobre a população e o consumo poderia ser enorme, e com consequências ainda não totalmente mapeadas. Os ataques a Paris, aliados a confirmação do ataque ao avião Russo, podem ser apenas o começo desta nova guerra. Assim, adoto uma visão mais cautelosa e negativa no curto-prazo em relação aos ativos de risco, até que a situação se torne mais clara. Um novo ataque, em qualquer lugar do mundo Ocidental, poderia ser a senha para um movimento mais rápido e acentuado de deterioração do humor global a risco. Com o EI/ISIS declarando que novos atentados estão sendo planejados, todo o cuidado será necessário neste final de ano.

Hoje pela manhã, tiros foram ouvidos em subúrbios da França, com a polícia do país dando continuidade a uma operação para prender novos suspeitos de terrorismo. Na noite de ontem, um jogo de futebol entre Alemanha e Holanda foi cancelado devido ao risco de um novo ataque ao estádio, onde Angela Merkel estaria presente. De maneira geral, a normalidade ainda não retornou na Europa e o clima de incerteza, infelizmente, pode prevalecer por mais algum tempo.

Na China, os dados do SAFE apontam para mais um mês de fluxo de saída de recursos do país em outubro, ao contrário que apontou os números das reservas internacionais. Os números mostram outflows na ordem de $30b, menores do que nos meses anteriores, mais ainda sim fluxos negativos. Os preços dos imóveis apresentaram leve alta em outubro, mas abaixo do patamar verificado em setembro. De maneira geral, ainda vemos sinais de fragilidade na economia chinesa, a despeito da economia transcorrer de maneira fluida.

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