Update

De acordo com a Barclays, “the story for the world economy over the past few months has been one of low inflation, supportive monetary policy, and steady (but not spectacular) growth. In our view, this theme is likely to remain in place in the near future.”

Os ativos de risco parecem estar entendo bem este cenário, com as bolsas ao redor mundo atingindo picos históricos, o USD se fortalecendo frente a um grande diferencial de crescimento e política monetária, além de estarmos observando um movimento dissonante entre os mercados de juros das principais potencias globais.

Assim, mantenho minhas visões basicamente inalteradas. Como comentei no começo da semana, com o crescimento global sendo revisado para baixo, mas com perspectivas ainda razoáveis, e uma liquidez ampla, provida pelo PBoC, BoJ e ECB, o mercado está olhando o cenário de curto-prazo como positivo para risco e carryAinda não vejo mudança de tendência dos grandes movimentos verificados ao longo dos últimos meses (USD forte, commodities em queda, pressão sobre ativos emergentes, 2.100 como teto para o S&P500 no curto-prazo, forte demanda pelas bolsas e bonds dos países e regiões cuja política monetária deve se manter agressiva nos próximos meses, como Europa e Japão). A dinâmica do mercado verificada no final desta semana me leva a crer que a posição técnica do mercado esteja mais “limpa”, o que pode ser um sinal importante de que as tendências verificadas nos últimos meses (descritas no parênteses acima) podem ser retormadas.

No Brasil, na ausência de novidades econômicas ou políticas, os ativos seguiram o humor global a risco, favorável as bolsas, ao USD e a alguma busca por yield. Ainda vejo espaço para novas rodadas positivas no curto-prazo. Contudo, não vejo mudanças substanciais de cenário que justifiquem uma completa mudança de tendência para os ativos locais. Continuo vendo valor na curva nominal de juros. No entanto, olharia estruturas de opções altistas para o USDBRL, em conjunto com posições via futuro, como flys e condors, para se favorecer da vol implícita ainda alta, como hedge para a posição aplicada em juros. O mesmo vale para puts de Ibovespa. Acho ser plenamente factível um cenário de longo-prazo (3 a 6 meses) em que o BCB reduza o ritmo de alta de juros, ou encerre-o por completo, ancorando a curva curta de juros, mas com o USD ainda em trajetória de alta, porém com ímpeto menor do que no passado recente (um ajuste de preço mais ordenado e necessário para balancear e economia). O cenário ainda me parece extremamente desafiador para o setor corporativo local.

A agenda do dia foi esvaziada, sem novidades para o cenário, exceto pela sinalização que vem sendo dada pela dinâmica dos mercados.

A semana que se aproxima, contudo, trará uma agenda carregada, com destaque para o Retail Aales, Empire Manufacturing, Industrial Production, Beige Book, Housing Starts, além dos dados de inflação nos EUA. Os números de março podem ser importante sinalizador para o cenário prospectivo da economia. A semana que vem será determinante para o mercado definir o timing para uma eventual alta de juros por parte do Fed podendo ter repercussões importantíssimas para os ativos de risco, locais e externos.

Na Europa, a reunião do ECB não deve trazer novidades, com Draghi reafirmando a necessidade de manutenção do QE no horizonte relevantre de tempo (12 a 18 meses). As negociações entra Grécia e seus credores deve ganhar uma intensidade ainda maior, trazendo riscos e volatilidade aos mercados.

No Brasil, a agenda nos reserva as vendas no varejo, IBC-Br, Arrecadação e IPCA-15. As discussões e apostas para a próxima reunião do Copom devem ser intensificadas.







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